Estágio 1 (EU SOU a Realização):

Estágio 1 (EU SOU a Realização):

1) Investigando Quem Eu Sou? / Antes de nascer, Quem Sou Eu? / Quem vêm arrastando este cadáver?

Soh:

Olá,

Passos não são necessários no auto questionamento, porque este método tem o propósito de cortar todos os passos, processo-pensamento-inferencial, conceitualizações, para diretamente despertar para o seu Verdadeiro "Eu". É por isso que Koans e o Zen são conhecidos como o método e a escola do Despertar Súbito ou Instantâneo, não gradual ou despertar passo-a-passo. Esse é o Caminho Direto.

Por exemplo,

Ouça um pássaro chilrear.

O que/quem está ouvindo?

(silêncio)

Silêncio significa que você não está tentando responder a pergunta usando a sua mente (porque a resposta não pode ser achada ali - quanto mais você tenta entender com a sua mente, mais tempo é desperdiçado porque você está olhando na direção errada), mas ao contrário, você está olhando diretamente 'naquilo que ouve' e experimentando o seu Verdadeiro Eu, a sua natureza-ouvinte/Pura Consciência. O conhecedor interior (EU SOU) se volta para o interior e conhece a si mesmo, sua verdadeira natureza.

O silêncio puro sob o som é a sua verdadeira natureza, mas mas não é um nada inerte, de fato nem mesmo o silêncio é como tal, mas mais precisamente um largo e desperto espaço sem características que permeia todos os sons, todas as visões, todos os pensamento, etc. Ele não pode ser compreendido pela mente. Você precisa rastrear o ouvir, a radiância, o ver, até a sua Fonte.

Se você rastrear verdadeiramente e com sucesso todas as percepções até a sua Fonte, você perceberá e experimentará uma Certeza de Ser, uma inegabilidade da sua própria Consciência que é sem forma e intangível, mas ao mesmo tempo o fato mais sólido e auto-evidente do seu ser.

Contudo se durante o processo de auto-investigação um pensamento surge como "poderia isto ser aquilo, o que é a Consciência, etc", apenas ignore o pensamento, não tente respondê-los usando a mente/lógica, mas continue girando a luz ao redor, perguntando "Quem sou eu" ou "Quem está consciente do pensamento?" e assim por diante. Se afaste de todas as dúvidas para a indubitável Certeza/Inegabilidade do Ser/Consciência, e todas as dúvidas e perguntas serão resolvidas em um instante.

Como Jason Swason disse:

"Ao direcionar a atenção para a mente, imediatamente surgem dúvidas. Mais pensamentos invadem para questionar as perguntas, confirmar ou contradizer outros pensamentos. Um ciclo enlouquecedor...

Perceba que quando pensamentos são pausados não há dúvidas; a certeza do Ser (sem dúvidas) está presente obviamente; o FATO inquestionável da EXISTÊNCIA. Perceba que o Ser está SEMPRE presente brilhantemente, sem se esforçar e de forma espontânea. Fique com esta inegável convicção não-conceitual. O seu Ser sempre esteve presente em cada experiência única. Essa cognição natural na qual todas as experiências surgem não é uma pessoa

Seja como você É e não o que você imagina ser"

...

"Eu estava praticando o auto questionamento ontem com as minhas costas eretas e pernas cruzadas em posição de meditação sentada, contemplando 'Quem sou eu'. 'Antes do nascimento Quem eu sou'... com um desejo intenso de saber a verdade do meu ser. Enquanto os pensamentos diminuíram, um intenso e palpável senso de ser e presença, a única 'coisa' que restou que eu sinto que é a minha essência mais interior... se tornou muito óbvia... muito muito vívida e intensa, e parece com um background constante no qual tudo está acontecendo, pensamentos (quase nenhum naquele momento, mas surgiam depois) que surgem também estão acontecendo neste background imutável... e há certeza e ausência de dúvidas sobre esse EU SOU, AQUILO é absolutamente real e inegável. AQUILO/EU SOU/A Testemunha é a única presença sólida e indubitável e é claramente presente com ou sem pensamentos." - [Soh’s E-Book & Journal](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2010/12/my-e-booke-journal.html), entrada de Fevereiro de 2010

...

Qn: Obrigado!

Você poderia resumir o seu método de prática? Como você sabe, eu estou muito interessado em obter o estado de EU SOU. Eu estou interessado em qualquer método exceto Vipassana.

Soh:

O EU SOU já está totalmente presente bem agora, tanto é que é como perguntar 'como eu obtenho os meus olhos?'. Você não pode obter seus olhos, você já está vendo com seus olhos. Será estúpido ir procurar/buscar do lado de fora (com os seus olhos) pelos seus olhos. Identicamente, será estúpido ir procurar do lado de fora (através do seu Eu) pelo seu Eu. Você só tem que perceber que o tempo todo, você está vendo! Você é o Observador não-objetivo, então ir procurar pelo seu Eu do lado de fora é procurar na direção errada. Então saiba que não há necessidade de procurar Consciência e Presença. É simplesmente uma questão de apontar, perceber, perceber que a Consciência já está presente e é o que você é. É uma afirmação/descrição simples do fato, e não uma prescrição de sair e buscar por aquilo. Você perceberá que Você É, e que é um fato sempre-presente que tem sido sempre assim. Quando você perceber, você perceberá que não ganhou nada de novo a partir daquilo: você não entra em um novo estado, você simplesmente percebe algo que negligenciou o tempo todo.

Mesmo assim, o método é de fato importante para dar origem a realização. Qualquer método que leve a realização precisa ser **direto** - isso significa que precisa ser um meio que faz o praticante evitar todos os processos de conceitualizações e inferências da mente que são todos indiretos e secundários (o que não é uma realização direta e experiência da sua verdadeira essência e por isso deixa dúvidas), então você pode tocar diretamente e com certeza a essência do seu Ser sem intermediário. Em retrospectiva havia um período quando eu iniciei pela primeira vez a praticar a auto investigação onde eu ainda estava intelectualizando sobre isso, como eu devo praticar a auto investigação, o que significa perguntar 'Antes do nascimento quem sou eu' e para onde isso leva, etc, o que são todos rumos paralelos e distrações porque isto ainda é usar a mente e a inferência indireta e por isso não é uma abordagem 'direta' para alcançar a essência do Ser.

Então tome cuidado ao intelectualizar estas coisas, porque elas não levarão a Autorrealização - apenas a abordagem direta de investigar e olhar (uma exploração não-conceitual) dentro da essência do Eu leva à realização.

Como você já deve ter visto, o meu método de prática é a auto investigação. Auto investigação é o método que leva a experiência direta e realização da sua própria essência, consciência-presença, para que então nenhuma dúvida possa surgir novamente, porque isto é visto claramente como um fato autoevidente, sólido e inegável do seu ser. Uma coisa para tomar nota: ter vislumbres e reconhecimentos da experiência de EU SOU não é o mesmo que alcançar a realização - o último é mais importante. Algo que eu acho que é bem importante, no qual Thusness me escreveu no ano passado quando eu tive vislumbres e reconhecimentos/experiências da Testemunha, mas não havia experimentado a Realização, a.k.a 'Certeza do Ser' (veja também[](http://buddhism.sgforums.com/forums/1728/topics/390582?page=2#post_9787387)[o post que eu fiz em 14 de Maio de 2010](), na conversa que eu tive com Thusness sobre as diferentes fases de EU SOU em Fevereiro de 2009):[](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2009/09/realization-and-experience-and-non-dual.html)[Realização e Experiencia e Experiência Não-Dual sob Perspectivas Diferentes](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2009/09/realization-and-experience-and-non-dual.html) (veja a primeira parte)

Quanto ao método de auto investigação, Eu escrevi isto no meu forum cerca de 2 semanas atrás, destacado em vermelho:

Comece por investigar essa sensação de existência, essa sensação de ser. O que ela é? Quem sou eu? Isto não tem o propósito de ser verbalmente ou mentalmente recitado (como o professor Mestre zen/ch'an de auto investigação Hsu Yun diz, se você quiser entoar um mantra, entoar o mantra do Buddha Amitabha de todo o coração será mais meritório do que entoar 'Quem sou eu?' ou 'quem está entoando o Buddha?') , tão pouco deve ser um questionamento intelectual engajando a mente em conceitos para entender as coisas. Não. Ao invés, é uma exploração, investigação, examinação não-verbais e não-conceituais deste senso de Presença, o que é esse Eu, o que é verdadeiro, além de todos os pensamentos e conceitualizações e imagens que nós temos em relação a quem eu sou. A sua mente conceitual precisa se acalmar para o verdadeiro insight surgir (mas calma sozinha não resulta em insight - o questionamento sim). O questionamento 'Quem sou eu' é uma ferramenta para voltar a atenção para dentro, para girar a luz ao redor e investigar o nosso ser essencial para que a realização direta desse 'eu', ser, EU SOU possa acontecer

Continue questionando desta maneira até surgir uma convicção inabalável através de uma iluminação súbita: o indubitável senso de que EU SOU, o qual está além de todos os pensamentos e conceitos - este inegável, indubitável senso de presença e existência que é ao mesmo tempo consciente e conhece a si mesmo e consciente de tudo. Ele é ambos, presente e consciente. Como eu escrevi: Você É Esse Conhecer que está certo de que Você É! A distinção entre conhecedor, conhecer e conhecido se dissolve Naquilo. Você É Aquilo!

Depois desta realização, a sua compreensão da espiritualidade não permanecerá intelectual/conceitual

Contudo, este é apenas o início, como Thusness dissera antes em [Realização e Experiência e Experiência Não-Dual sob Perspectivas Diferentes_]http://awakeningtoreality.blogspot.com/2009/09/realization-and-experience-and-non-dual.html): " essa realização não é um fim em si mesmo, é o início. Se nós formos sinceros e não exagerarmos e sermos levados por esse vislumbre inicial, nós iremos perceber que nós não ganhamos a liberação a partir desta realização; ao contrário, nós sofremos mais depois desta realização. Contudo é uma condição poderosa que motiva o praticante a embarcar em uma jornada espiritual à procura da verdadeira liberdade."_

Para mim, Thusness pediu que eu contemplasse o koan "Antes do nascimento, Quem sou eu"?

Esse foi o koan que levou nós dois, eu e ele até a realização de EU SOU.

Essencialmente o que você tem que perguntar é 'Quem sou eu?'. Trace a emanação até a sua fonte. Você está consciente e presente, isso é indubitável e inegável. Então Quem/O que está Consciente? Rastreie a emanação até a fonte.

Você ouve os sons de pássaros chilreando, então Quem/O Que está Ouvindo? Gire a luz em volta, trace a emanação até a fonte, ouça o ouvinte, investigue 'O Que Ouve', até que você possa dizer com absoluta certeza e convicção que você realizou a sua verdadeira natureza. (falando nisso, esse é o método de prática de Guan yin - 反闻闻自性)

[http://buddhism.sgforums.com/forums/1728/topics/401963]

Chinul: Você ouve os sons daquele corvo grasnando e o chamado daquele magpie?

Aluno: Sim

Chinul: Trace-os de volta e escute a sua natureza-auditiva - você ouve qualquer som?_

Aluno: Naquele lugar, sons e discriminações não são obtidos _

Chinul: Maravilhoso! Maravilhoso! Esse é o método de Avalokiteshvara para entrar na mente sutil. 16 Deixe-me perguntá-lo novamente. Você disse que os sons e discriminações não são adquiridos nesse lugar. Mas já que eles não são obtidos, não é a natureza-auditiva apenas um espaço vazio em tal momento?

Aluno: Originalmente ele não é vazio. É sempre brilhante e nunca é obscurecido.

Chinul: Que essência é essa que não é vazia?

Aluno: Como não tem forma anterior, palavras não podem descrevê-la.

Quando você caminha, você pode perceber que o corpo em si é inerte como um tronco, depois que a força vital deixa o corpo depois da morte, o corpo se torna um cadáver. Mas nesse exato momento, o seu corpo está vivo e funcionando bem, então na próxima vez que você estiver caminhando ou correndo na rua, você pode questionar 'Quem está arrastando este cadáver?' Certamente o cadáver não pode caminhar ou mover-se sozinho sem o poder da Fonte/Consciência/Vida. O que é esse núcleo/fonte de vida? Quem ele é?

Portanto, você pode fazer auto investigação em todos os tipos de situações: ouvindo um pássaro chilrear (ou experimentando qualquer outra coisa - quem/o que está consciente?)/ caminhando na rua (quem está arrastando este cadáver?), ou simplesmente sentado em meditação (apenas pergunte Antes do nascimento, Quem sou eu?), etc. Antes do nascimento não precisa desencadear a imaginação do que existia na época antes do seu nascimento, tal como o que aconteceu 100 ou 1000 atrás ou no big bang, é muito mais simples e imediato do que isso. É sobre descobrir o que você é antes que as noções de tempo surgem, é sobre descobrir no que você está/esta presença instantânea antes que ocorra um momento de pensamento, não é necessário ruminar. Qualquer coisa percebida através dos cinco sentidos tal como as suas mãos e pernas são coisas que nasceram dos seus pais décadas atrás, mas o que você é antes do que é percebível pelos cinco sentidos ou imaginável pelo pensamento? Não olhe para o passado em busca de uma resposta, olhe para Você, como esta presença instantânea. "Quem está entoando o mantra 'Buddha'?" É um koan muito popular hoje em dia, mas eu não pergunto isso porque em primeiro lugar, eu raramente entôo mantras, então pode ser que não seja tão poderoso/apropriado pela minha situação. Mas seja lá o que for, ainda se resume a isto... continue girando a luz ao redor e investigue Quem sou Eu? Eu não quero dar muito para as pessoas anteciparem ou esperarem mas baseado na minha própria experiência, no que tem acontecido e observações de outros praticando auto investigação, essa prática deve levar a realização em alguns anos de prática. Poderia ser até mesmo em poucos meses de prática diligente... depende. Você deve estar muito interessado para conhecer a verdade do seu ser, para resolver a questão de Quem Você É. Eu acredito que é isto o que Zen quer dizer por 'grande dúvida leva a grande realização'. A realização inicial não deve levar muito tempo, embora seja um longo processo de aprofundamento/desenrolar de insights progressivos.

...

"Alguém perguntou, "Esclarecimento na prática de koan/hua-tou/auto investigação.

E a ênfase, o foco, depositados no momento anterior ao que o koan é perguntado, ou no momento da dúvida/curiosidade que surge ao propor o koan, ou ambos?

Durante a leitura de Xu Yun, parece que a prática serve para fomentar tanta dúvida quanto for possível e observar dentro da dúvida que surge a partir do questionamento? Porém, existem algumas outras descrições que afirmam que para ser um hua-tou o foco/observação deve ser feito no momento antes que o pensamento surja?"

Soh respondeu, "Em AutoInvestigação, eu perguntei "Antes do nascimento, Quem sou Eu?"

O objetivo da auto investigação é realmente investigar (e esse processo de investigação consiste de curiosidade séria e questionamento) e direcionar a mente para a Fonte. A Fonte que é anterior a tudo - pensamentos, percepções, etc. Então esse Aquilo o qual você realmente é, o EU SOU antes de "Eu sou isso" ou "Eu sou aquilo", pode ser realizado diretamente com certeza completa sem sombra de dúvida.

Jesus disse "Antes de Abraão existir, EU SOU". Esse EU SOU que EU SOU é o que está presente há cinco milênios, presente há cinco minutos, presente AGORA, presente antes de este koan ser perguntado, de fato o rosto original antes de os seus pais nascerem, antes do big bang, antes do tempo e espaço, antes de tudo perceptível e concebível.

O propósito de gerar dúvida não é criar dúvidas sem fim, mas para direcionar a mente para a Fonte para que então esta mesma dúvida se esclareça no Eu sem dúvidas/Ser que é revelado em seu brilho radiante.

A dúvida em si é a investigação e curiosidade (um elemento chave importante para uma auto investigação bem sucedida - de outra forma o pensamento "Quem sou eu?" será apenas como um mantra mental monótono e robótico, ao invés de levar a mente até a Fonte) para realmente descobrir a verdade do seu Ser. Você deve perguntar "Quem sou eu?" como se você quisesse mesmo, mesmo, como se você quisesse descobrir mesmo, mesmo, o que você realmente é no âmago do seu Ser e destrancar o segredo da Existência. Como se, o que diabos, depois de todos esses anos vivendo neste planeta, qual é o âmago dessa maravilhosa vida em si? O que é essa Existência? O que sou Eu??? Eu vi muitas coisas nessa vida e vivi por muitos anos, O que vêm arrastando esse cadáver o tempo todo? Esse é o significado da dúvida, nada mais.

Usando uma analogia de Ramana Maharshi, a dúvida é a vareta para atiçar a pira funerária, para finalmente ser dissolvida no fim (na Fonte).

"A mente irá ceder apenas através do questionamento 'Quem sou Eu?'. O pensamento "Quem sou Eu?', ao destruir todos os outros pensamentos, irá por si só finalmente ser destruído como a vareta utilizada para atiçar a pira funerária." - Ramana Maharshi"''

Uma outra pessoa perguntou, *"por que a idéia "antes do nascimento, quem eu sou?" está sendo defendida? Porque nós assumimos que nós fomos qualquer coisa "antes de nascer"?"*

Soh respondeu, "Antes de qualquer um dos cinco sentidos observáveis ou fenômenos conceituais, o que é você? Existe uma Presença sem dúvida antes dos sentidos. Mas não intelectualize a questão ou pondere conceitualmente enquanto estiver investigando. O propósito do auto questionamento é ter uma realização direta e não-conceitual do Eu/Presença, portanto qualquer ruminação conceitual será uma obstrução durante a prática e auto questionamento."

...

Eu escrevi isto para alguém que esteja passando por dificuldades com o koan "Antes do nascimento, quem sou eu?"

"Você disse que antes do nascimento quem sou eu te leva a conceitualidade. Eu disse que você deveria mudar o seu koan para "antes de pensar, o que eu sou?"

No passado havia um koan parecido

元音老人

从前有一位师父参“如何是父母未生前本来面目?”参了多年,未能开悟。后来碰到一位大德,请他慈悲指示个方便。大德问:“你参什么话头?”他答道:“我参如何是我父母未生前的本来面目?”大德道:“你参得太远了,应向近处看。”他问:“怎么向近处看?”大德道:“不要看父母未生前,须看一念未生以前是什么?”禅者言下大悟。

大家坐在这里,请看这一念未生前是什么?它在各人面门放光,朗照一切而毫无粘着,无知无见而又非同木石,这是什么?就在这里猛着精彩,就是悟道。所以说“至道无难,言端语端”啊!

Tradução de Soh:

Yuan Yin Lao Ren:

No passado havia um mestre que contemplou, "qual era o rosto original antes de os meus pais nascerem?" Ele contemplou por muitos anos, mas não despertou. Mais tarde ele encontrou uma grande e nobre pessoa e pediu por sua orientação compassiva. O nobre perguntou: "Qual o koan que você contemplou?" Ele respondeu: "Eu contemplei qual era o rosto original antes do nascimento de meus pais?" O nobre respondeu: "Você contemplou longe demais, deve-se procurar no que está próximo." Ele perguntou: "Como eu devo procurar pelo que está próximo?" O nobre respondeu: "Não procure o que os seus pais eram antes de nascerem, você precisa procurar: antes de um pensamento surgir, o que ele é?" O praticante Zen imediatamente atingiu um grande despertar.

Todo mundo que está sentado aqui, por favor veja, o que é isto antes do momento do surgimento do pensamento? ISTO é luz brilhante na frente das portas dos sentidos de todo mundo, o brilho irradia tudo, porém, sem o menor apego, nada é sabido e nada é visto, ainda assim, não é similar a madeira e pedras, o que é Isto? Isto está bem aqui brilhando em sua luz, esse é o despertar para o Caminho. Portanto, assim é dito, "o grande caminho não é difícil, apenas pare com os discursos e palavras"!

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[https://www.happinessofbeing.com/#self-enquiry]

A prática de atma-vicāra — 'autoquestionamento' ou auto escrutínio

Um termo em Sânscrito que era usado com frequência, por Sri Ramana e por mais outros sábios anciões como Sri Adi Sankara, para descrever esta prática empírica de auto investigação ou auto-atenção é ātma-vicāra (ou 'atma-vichara', como é com transcrito menos precisamente com frequência), no qual é geralmente traduzido em português como 'autoinvestigação' ou 'autoquestionamento'. Contudo, em vez de 'questionamento' a palavra vicāra pode ser traduzida mais precisamente como 'investigação', 'exame' ou 'escrutínio'. Portanto o termo ātma-vicāra realmente significa 'autoinvestigação', 'auto-exame' ou 'auto escrutínio', e denota a simples prática de examinar de perto, inspecionar ou escrutinar a nossa consciência fundamental e essencial do nosso próprio ser, 'Eu sou', com um poder de atenção afiada e concentrada.

Sri Ramana também faz alusão a esta prática de auto investigação empírica, auto-exame, auto inspeção, auto escrutínio ou auto atenção assim como o vicāra 'quem sou eu?' Contudo, quando ele descreveu deste modo, ele não quis dizer que é um processo de questionar a nós mesmos 'quem sou eu?' nem verbalmente ou mentalmente. Ele tinha a intenção de nos fazer entender com esse termo é que essa prática é um exame precisamente atencioso ou escrutínio da nossa consciência básica do nosso próprio ser, o qual nós sempre experienciamos como 'Eu sou', com o propósito de descobrir a verdadeira natureza desse 'Eu', nosso ser essencial. ou 'ser'.

Isto é, embora (dentre a sua gama de significados) _vicāra_ signifique 'questionamento', no contexto dos ensinamentos de Sri Ramana essa palavra significa questionamento no sentido de investigação empírica (experimentação) investigação em vez do sentido de mero questionamento verbal. Não é apenas questionar mentalmente a si mesmo a pergunta 'quem (ou o que) sou Eu?' mas é na verdade investigar o que 'Eu' sou — escrutinar a si mesmo com o objetivo de experimentar a si mesmo como realmente somos. Em outras palavras, não é se questionar literalmente 'quem sou eu?' mas é fazê-lo figurativamente fazendo dessa forma: investigar experimentalmente o que esse 'Eu' realmente é.

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N.R: Olhe para dentro da sua mente e descubra a essência fundamental do seu ser, isso o levará ao EU SOU.

Ou: olhe dentro da sua mente e continue a mergulhar fundo e mais fundo até que você descubra a camada mais profunda da sua consciência imaculada que está além do pensamento e da emoção.

Do mesmo modo, olhe dentro da sua mente e descubra a fonte radiante da percepção que está além da experiência sensorial/sensações.

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2) Sem pensar, me diga o que é a sua mente neste exato momento? - http://www.awakeningtoreality.com/2020/11/what-is-your-very-mind-right-now.html (leia esse artigo)

Não tente impedir que pensamentos surjam e não se apegue a nenhum que tenha surgido. Deixe-os aparecerem e desaparecerem como quiserem; não lute com eles. Você precisa apenas, incessantemente e de todo o seu coração se perguntar, "O que é a minha própria Mente?" Eu continuo pedindo isso com urgência porque eu quero trazer-lhe para a Autorrealização. Quando você tenta persistentemente entender o que está além dos domínios do intelecto, você está fadado a chegar em um beco sem saída, completamente perplexo.

Mas insista. Sentado ou deitado, trabalhando ou dormindo, sonde incansavelmente até o seu eu mais profundo com a pergunta "O que é a minha própria Mente?" Não tema nada, exceto falhar em experienciar a sua Verdadeira-natureza. Isso é uma prática Zen. Quando o questionamento intenso envolver cada polegada sua e penetrar até o fundo de todos os fundos, a questão subitamente eclodirá e a substância da Mente búdica será revelada, assim como um espelho [selado] em uma caixa só poderá refletir [ao redor] depois de a caixa ser quebrada. A emanação dessa Mente iluminará todos os cantos de um universo livre com nem mesmo um único defeito. Você finalmente será libertado de todos os nós dentro dos Seis Reinos, todos os efeitos de más ações desaparecerão. A alegria deste momento não pode ser expressada em palavras.

- Rinzai Zen Mestre BassuiTokushō

Se você deseja realizar a própria Mente, você precisa antes de tudo olhar a fonte da qual os pensamentos fluem. Dormindo e trabalhando, em pé e sentado, se pergunte profundamente, "O que é a minha Mente?" com ânsia intensa de resolver essa questão. Isso é chamado "treinamento" ou "prática" ou "desejo pela verdade" ou "sede pela realização." O que é cunhado como Zazen não é nada mais do que buscar dentro da própria mente. É melhor procurar na sua própria mente com devoção do que ler e recitar inúmeros sutras e dharanis todos os dias por anos incontáveis.

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3) Sem usar nenhuma palavra ou linguagem, como você experimenta 'eu' bem neste momento? (Isso também pode levar a não-dualidade).

[John Tan](https://www.facebook.com/groups/562454557115098/user/100001433722818/?__cft__%5b0%5d=AZVZrFKW54JDKLw0yILpYr8ENOQy9H_FBBkOnTzeqjnqoWwLn4REUTcjcty04fH73K00NasfKye-8mOWRk24hiXVxPJl1OjqVsGpvBd1oQLL6V6KtR_SitggV26iqnMJ4Bc&__tn__=R%5d-R)

Olá [Daniel](https://www.facebook.com/groups/562454557115098/user/100005383246983/?__cft__%5b0%5d=AZVZrFKW54JDKLw0yILpYr8ENOQy9H_FBBkOnTzeqjnqoWwLn4REUTcjcty04fH73K00NasfKye-8mOWRk24hiXVxPJl1OjqVsGpvBd1oQLL6V6KtR_SitggV26iqnMJ4Bc&__tn__=R%5d-R),

Insight através da experiência de "Eu sou" não é sobre libertar a si mesmo do sofrimento, é sobre sentir integralmente a sua própria existência; sobre ser puramente "Você".

Então relaxe, sente-se em silêncio e contemple "sem usar o pensamento de 'eu', como você experimenta 'eu'?"

Sinta a sua existência diretamente e abra o portão para a não-conceitualização.

...

Autoinvestigação é chamada de caminho direto por uma razão: "Não associe, não infira, não pense. Reconhecer 'Você' você mesmo não requer nada disso. Não a partir de professores, livros, Mahamudra, Dzogchen, Zen ou até mesmo Buddha, o que quer que venha de fora é conhecimento. O que vem do interior mais profundo do seu próprio ser, é a sua sabedoria em si mesmo ... Não há necessidade de procurar por quaisquer respostas. Ultimamente, é a sua própria essência e natureza. Para saltar da mente inferente, que deduz e que associa para a autenticidade mais direta e imediata, a mente precisa cessar completamente e voltar direto para o lugar de antes de qualquer formação de artifcialidades".

"Você me perguntou qual é o meu conselho. Ainda é o mesmo. Não vá atrás de experiências e conhecimento, você deve ler e saber o suficiente, apenas retorne para a simplicidade. O seu dever não é saber mais, mas eliminar tudo isso e voltar para a simplicidade do gosto direto. De outra forma, você terá que desperdiçar mais alguns anos ou décadas para voltar para o que é mais simples, básico e direto. E a partir dessa simplicidade e franqueza, você então permitirá que a sua natureza revele sua abrangência e profundidade através de afirmá-la constantemente em todos os momentos e estados através do engajamento em diferentes condições. A menos que você largue tudo e retorne para uma simplicidade básica, pura e limpa, não haverá progresso na prática. Até que você entenda o tesouro da simplicidade e comece de novo a partir daí, todo passo a frente é retrocesso". - John Tan, 2020

...

"Somando ao que você escreveu, eu espero transmitir outra dimensão de Presença para você. Isto é Encontrar a Presença em sua primeira impressão, não adulterada e em completa quietude.

Então depois de ler, apenas sinta-a inteiramente com seu corpo-mente e esqueça disso. Não a deixe corromper a sua mente.

Presença, Consciência, Ser, são todos sinônimos. Pode haver todo tipo de definições, mas nenhuma delas é o caminho. O caminho precisa ser não-conceitual e direto. Esse é o único caminho.

Quando contemplar o koan "antes do nascimento quem eu sou", a mente pensante tenta procurar em seu banco de memória por experiências similares para obter uma resposta. É assim que a mente pensante funciona - comparar, categorizar e medir para entender.

Contudo, quando nos deparamos com tal koan, a mente alcança o seu limite quando ela tenta penetrar a sua própria profundeza sem nenhuma resposta. Chegará uma hora em que a mente se exaure e chega a uma quietude completa e a partir dessa quietude surge um tremendo BAM!

Eu, apenas eu.

Antes de nascer esse Eu, mil anos atrás esse Eu, mil anos depois esse Eu, Eu sou eu.

Ele não possui nenhum pensamento arbitrário, nenhuma comparação. Ele valida completamente a sua própria clareza, sua própria existência, ELE MESMO em não-conceitualidade limpa e pura. Sem porquê, sem 'por causa'.

Apenas ELE MESMO em quietude, nada mais.

Intua o vipassana e o samatha. Intua a manifestação total e a realização. A essência da mensagem precisa ser crua e não contaminada por palavras. Não pode ser por segunda-mão.

Espero que isso ajude! — John Tan, 2019

...

"Não complique demais o "como". Ele é apenas o simples questionamento inocente de "quem sou eu?" direcionado pelo desejo genuíno de descobrir a verdade do seu Ser." - Soh

"Uma coisa que eu sempre digo quando você estiver fazendo autoinvestigação ou quaisquer outras contemplações e meditações, isto é crucial:

" Achamos que, novamente, por causa de nossa mente moderna, quase tudo pode ser resolvido por meio de algum tipo de tecnologia. Bem, eu apenas preciso fazê-lo de forma diferente, deve haver algum truque secreto para questionar, essa é a nossa mentalidade tecnológica.

Ass vezes essa é uma mentalidade que é muito útil para nós. Mas, nós não queremos deixá-la dominar a nossa espiritualidade. Porque como eu testemunhei, a intensidade do questionamento vivo, isso é mais importante do que todas as técnicas.

Quando alguém simplesmente tem que Saber. Mesmo que isso vá deixá-los meio loucos por um tempo. E, essa atitude é tão importante ou mais importante do que todas as formas que trabalhamos com essa atitude, você sabe, as práticas espirituais, as meditações e vários questionamentos e várias coisas diferentes, tipos de práticas. Se nos engajarmos nas práticas porque elas são práticas, você sabe tipo, ok eu só faço isso porque me mandaram fazer, e esperançosamente terá algum efeito bom. Isto é diferente de quando você está envolvido, quando você está realmente muito interessado no que você está investigando, e no que você realmente está meditando. É essa qualidade de real, interesse de fato, algo além do interesse. É um tipo de compulsão, Eu sei que mais cedo eu estava dizendo para não ser tomado pela compulsão, mas há/pode haver um tipo de compulsão. E isto é tão valioso quanto qualquer outra coisa que esteja acontecendo com você, na verdade."

- Adyashanti

...

"ANNAMALAI SWAMI – ÚLTIMAS PALESTRAS

'PARECE QUE FALTA INTENSIDADE EM VOCÊ'

Pergunta: O Bhagavan gostaria de saber a resposta para a pergunta 'Quem sou eu?' Ele parecia encontrar a resposta logo de cara. Quando eu questiono, quando eu tento encontrar o que o Eu é, Eu consigo rejeitar pensamentos que aparecem como sendo 'não eu', mas nenhuma outra coisa acontece. Eu não obtive a resposta que o Bhagavan teve, então eu estou começando a me perguntar o porquê de indagar essa questão.

Annamalai Swami: Você deve persistir e não desistir tão facilmente. Quando você inquirir intensamente 'Quem sou eu?' a intensidade do seu questionamento te levará até o verdadeiro Eu. Não é que você esteja fazendo a pergunta errada.

Parece que falta intensidade no seu questionamento. Você precisa de uma determinação focada para completar este questionamento propriamente. O seu verdadeiro Eu não é o corpo ou a mente. Você não vai alcançar o Eu enquanto pensamentos habitarem em qualquer coisa que estiver conectada com o corpo ou a mente.

Pergunta: Então é a intensidade da investigação que determina se eu tenho sucesso ou não.

Annamalai Swami: Sim. Se a investigação do Eu não estiver tomando conta, os pensamentos estarão no corpo e na mente. E enquanto estes pensamentos estiverem habitualmente ali, haverá uma identificação sutil: 'Eu sou o corpo; Eu sou a mente.' Essa identificação é algo que acontece em um momento específico no tempo. Não é algo que está sempre lá. E o que vem com o tempo também se vai eventualmente, pois nada que existe no tempo é permanente.

Por outro lado, o Eu, sempre esteve lá. Ele existia antes de as ideias em relação ao corpo e a mente surgirem, e estará lá quando elas finalmente desaparecerem. O Eu sempre permanece como é: paz, sem nascimento, sem morte.

Através da intensidade da sua investigação, você pode reclamar esse estado para si.

Investigue dentro da natureza da mente perguntando, com determinação unidirecional, 'Quem sou Eu?' A Mente é ilusória e não-existente, assim como a cobra que aparece na corda é ilusória e não-existente.

Desfaça a ilusão da mente através do questionamento intenso e funda-se na paz do Eu. Isto é o que você é, e isto é tudo o que você sempre foi.

"ANNAMALAI SWAMI – ÚLTIMAS PALESTRAS

Annamalai Swami: Auto investigação deve ser feita continuamente. Não funciona se você tratá-la como uma atividade de meio período. Você pode estar fazendo algo que não mantenha o seu interesse ou atenção, então você pensa, 'Eu farei uma auto investigação, então'. Isto nunca vai funcionar. Você pode avançar dois passos quando praticar, mas você retrocederá cinco passados quando você parar sua prática e retornar aos seus afazeres mundanos. Você precisa ter o comprometimento de uma vida inteira para se estabelecer no Eu. A sua determinação de alcançar o sucesso precisa ser forte e firme, e deve se manifestar de forma contínua, não como esforço de meio tempo.

Por muitas vidas você esteve imerso em ignorância. Você está acostumado com ela. Todas as suas crenças profundamente enraizadas, todos os seus padrões de comportamento reforçam a ignorância e fortalecem o jugo sobre você.

Essa ignorância é tão forte, tão profundamente emaranhada nas suas estruturas psicológicas que é necessário um esforço massivo em um longo período de tempo para se libertar dela. Os hábitos e crenças que a mantém precisam ser desafiados de novo e de novo.

Ignorância é ignorância do Eu, e para removê-la é necessário Autoconsciência. Quando você adquire a consciência do Eu, a ignorância desaparece. Se você não perder contato com o Eu, a ignorância nunca poderá surgir.

Se há trevas, você a remove trazendo luz. As trevas não são algo real e substancial que você tem que cavar e arrancar fora. É apenas uma ausência de luz, nada mais. Quando a luz entra em uma sala escura, as trevas subitamente não estão mais lá. Ela não desapareceu gradualmente ou foi embora parte por parte; ela simplesmente deixou de existir quando a sala se encheu de luz.

Isto é apenas uma analogia porque o Eu não é como as outras luzes. Não é um objeto que você vê ou não vê. Ele está lá o tempo todo brilhando como a sua própria realidade. Se você se recusa a reconhecer a sua existência, se você se recusa a acreditar que ela está lá, você se coloca em trevas imaginárias. Não são trevas reais. É apenas a sua própria negação voluntária de reconhecer que você mesmo é a luz. Essa ignorância autoimposta são as trevas que devem ser banidas pela luz do Eu interior até que nós nos tornemos um com ele.

...

"Despertar o desejo extremamente intenso por Liberdade é a chave mais importante no livro que você está lendo agora... ... O desejo extremamente intenso de experimentar diretamente a Verdade absoluta... O desejo extremamente intenso de descobrir quem ou o que você realmente é no seu âmago e viver eternamente como o seu verdadeiro Eu...quando você largar todas as atividades desnecessárias todo dia e usar todo o seu tempo livre criado dessa forma para realmente praticar todo dia os meios mais diretos e rápidos para a felicidade eterna, você saberá que o desejo extremamente intenso pela Liberdade foi despertado... ...Se você desviar a sua atenção dos pensamentos e direcioná-la para a consciência vigiando a consciência e mantiver esse olhar por muitas horas todo dia, eventualmente o sonho do ego terminará e o verdadeiro Eu será experimentado. Então todo o sofrimento terminará e o que restará é perfeição eterna de consciência-amor-felicidade." - Michael Langford, O Meio Direto para a Felicidade Eterna

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Instruções para o auto questionamento do livro 'Resplendor Natural' - Lama Surya Das:

Uma vez que sua mente esteja calma, focada, lúcida e clara, abruptamente direcione a mente para si mesma—perceba a mente e volte-a para dentro, com perguntas auto investigativas como se fossem um laser: "Quem está pensando meus pensamentos? Quem está tentando meditar? Quem ele é; o que ele é; onde ele está? Quem está experimentando a minha experiência neste exato momento?"

Não precisa analisar muito—apenas surja com a pergunta bruscamente e veja o que acontece. Deixe acontecer e veja se você consegue se surpreender com uma nova forma de ver e ser, provocando um curto-circuito no seu processo de pensamento voltado para fora e dualístico de eu e outro, de costume. Veja através do observador, experimente diretamente o experimentador, e seja livre; repouse na vastidão sem centro e luminosa, a Grande Perfeição Natural, presença pura, rigpa.

Novamente cortando ainda mais fundo, bruscamente direcione a mente sobre si mesmo novamente: Quem está experimentando? Quem e o que está ouvindo? Quem e o que está vendo, pensando e sentindo? Quem está tendo essas sensações físicas? Quem é; o que é; onde está? Está na cabeça; está no corpo; está no coração; está na mente e na consciência? Quem está experimentando? Quem ou o que eu sou? Como está acontecendo? Quem está experimentando? Quem ou o que eu sou? Como está acontecendo? Veja se você pode entrar nessa fenda sem fundo entre pensamentos, sob pensamentos. Veja se você consegue experimentar diretamente o que quer que não seja pensamento—a consciência luminosa que existe pré-pensamento ou além ou sob o pensamento, ou depois que todo pensamento cessou. Trace a fonte de todos os seus pensamentos, emoções, experiências, sensações físicas e percepções. Perceba como surgem, e , depois que eles surgem, onde eles estão na sua experiência presente e para onde eles vão. Veja se você consegue segui-los, a desilusão aponta direto para o vácuo luminoso que não tem centro — a abertura que é a identidade última de todas as coisas, o grande Quem, o grande O Que que é conhecido como natureza búdica. E se você não puder encontrar nada para seguir, apenas repouse no grande silêncio, e seja nada por apenas um instante. Sendo nada além de consciência pura por um instante seria transformativo por si só, e mais do que suficiente. Emaho!

Quando a mente começar a se mover, como ela quiser, e pensamentos e emoções e sensações físicas novamente começarem a se proliferar, direcione a mente sobre si novamente ao invés de para fora em direção a fenômenos exteriores, projeções e percepções. Direcione a luz de busca para o interior e se importe com a mente, tornando-se mais precisamente consciente da consciência em si. Continue essa investigação precisa como um laser de quem e como está experimentando, quem está pensando, quem está ouvindo, quem, o quê, onde, como e então deixe ir e solte—largue tudo: largue corpo e mente—e sinta quem ou o que está presente entre pensamentos e quando o pensamento cessa, mesmo que por um momento. Se você descobrir que você realmente não sabe quem você é, então isso é o suficiente. Isso é o que é verdade para você neste momento, e essa verdade é o suficiente por enquanto.

...

Em Zazen não despreze nem preze os pensamentos que surgem; apenas busque sua própria Mente, a própria fonte destes pensamentos. Você precisa entender que qualquer coisa aparecendo na sua consciência ou vista pelos seus olhos é uma ilusão, de realidade não permanente. Por isso você não deve temer nem ficar fascinado por tais fenômenos. Se você continuar com a sua mente vazia como o espaço, sem manchas de assuntos alheios, nenhum espírito mau poderá perturbá-lo, mesmo em seu leito de morte. Enquanto engajado em zazen, contudo, não fique com nenhum desses conselhos em mente. Você deve apenas se tornar a pergunta "O que é essa Mente?" ou "O que é que ouve estes sons?" Quando você perceber esta Mente você saberá que é a fonte de todos os Buddhas e seres sencientes.

O Bodhisattva Kannon [Avalokitesvara] é assim chamado porque alcançou a iluminação percebendo [isto é, captando a fonte de] os sons do mundo ao seu redor.

No trabalho, no descanso, nunca pare de tentar perceber o que é que ouve. Mesmo que a sua investigação penetre o inconsciente, você não achará aquele que ouve, e todos os seus esforços darão em nada. Mesmo assim, sons podem ser ouvidos, então investigue a si mesmo a um nível ainda mais profundo. Finalmente qualquer vestígio de autoconsciência desaparecerá e você se sentirá como um céu sem nuvens. No seu interior você não vai encontrar nenhum "eu", nem vai descobrir ninguém que ouça. Essa Mente é como o vácuo, ainda assim ela não tem um único lugar que possa ser chamado de vazio. Não confunda esse estado com Autorrealização, mas continue a se perguntar com mais intensidade ainda, "Agora quem é que ouve?" Se você penetrar e penetrar nessa questão, absorto de todo o resto, até esse sentimento de vacuidade irá desaparecer e você não estará consciente de nada—escuridão total prevalecerá. [mas não pare aqui] continue perguntando com toda a sua força, "O que é que ouve?" Apenas quando você tiver exaurido completamente o questionamento que a questão eclodirá; agora você se sentirá como alguém que voltou dos mortos. Essa é a verdadeira realização. Você verá os Buddhas de todos os universos face-a-face e os Ancestrais do Dharma passados e presentes. Teste a si mesmo com esse koan: "Um monge perguntou a Joshu: 'Qual é o significado da vinda de Bodhidharma para a China?' Joshu respondeu: 'O carvalho no jardim.' " Caso, esse koan fizer com que você tenha a mínima dúvida, você precisa continuar questionando, "O que é que ouve?"

Se você não vier a alcançar a realização nesta vida presente, quando você irá? Uma vez que você tenha morrido você não será capaz de evitar um longo período de sofrimento nos Três Caminhos Malignos. O que está impedindo a realização? Nada além do seu desejo hesitante pela verdade. Pense nisso e se esforce ao máximo.

- Mestre Zen Rinzai BassuiTokusho em "Os "três pilares do Zen"

...

Para responder a pergunta "Quem sou eu?", de modo a ir antes do início no interior da sua própria experiência, você precisa colocar a sua atenção no mais profundo sentido de como é ser você bem agora, e simultaneamente largar tudo. Largar tudo significa ir tão profundamente dentro de si que tudo o que sobrar é espaço vazio.

Para descobrir essa profundeza infinita em si mesmo, você precisa achar um meio de entrar em um estado profundo de meditação—tão profundamente que a sua consciência do pensamento ocorre em segundo plano e eventualmente desaparece.

Se você ir fundo o suficiente, deixando a sua atenção expandir e se soltar de todos os objetos na consciência, você descobrirá que todas estruturas que criaram o universo começam a desmoronar diante de seus olhos. A onsciência em si—ilimitada, vazia, imaculada—torna-se o único objeto da sua atenção.

Ao passo que a sua atenção é libertada do processo-mente condicionado, livre dos confinamentos do corpo e das barreiras do senso de 'eu' pessoal, a dimensão interior da sua própria experiência começa a se abrir para um nível imensurável. Imagine que você tenha dormido profundamente em uma câmara pequena e escura, então subitamente acorda e percebe que está flutuando na expansão infinita de um vasto e pacífico oceano. É assim que essa jornada para as profundezas do seu próprio eu se parece. Você se torna consciente de uma dimensão ilimitada que você nem mesmo sabia que estava lá. Momentos antes, você pode ter experimentado a si mesmo como estando preso, um prisioneiro do seu corpo, mente e emoções. Mas quando você desperta para esta nova dimensão, todo o sentimento de confinamento desaparece. Você se encontrará repousando dentro, e como se fosse, espaço vazio e sem limites.

Nesse espaço vazio, a mente está completamente parada; não há tempo, nem memória, nem mesmo um traço de história pessoal. E quanto mais fundo você cai neste espaço, mais tudo continuará a cair, até finalmente tudo o que restará é você. Quando você permitir que absolutamente tudo se vá—corpo, mente, memória, e tempo—você encontrará, miraculosamente, que você ainda existe. De fato, no fim, você descobrirá que tudo o que existe é você!"

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A contemplação da consciência—que é a contemplação de coisa nenhuma que seja—é infinitamente fascinante. É como encarar uma vela em uma note escura—você se perceberá hipnotizado por algo que é imutável, mas infinitamente atraente. Você se sente atraído para dentro de algo que você não compreende racionalmente, mas o seu coração ou alma se agarra completamente. Você é atraído para dentro disso, e enquanto você é atraído par dentro disso, a única coisa que você experimenta como real é a eterna ou atemporal natureza de Ser em si. Você se encontrará em um estado de arrebatamento, porque a parte mais profunda de você foi libertada dos temores e preocupações intermináveis do seu ego, e atraído para fora do processo temporal concomitantemente."

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"O segredo da iluminação é a inequívoca convicção absoluta de que ela existe.

O que isso significa? Significa que você descobriu uma confiança inabalável no fato da não-dualidade—na perene e mística revelação que ELA É . . . e EU SOU AQUILO. Uma confiança na qual nunca poderá ser vista ou conhecida neste mesmo território do estado iluminado. Ser é impalpável, é incognoscível, é sempre elusivo, e mesmo assim é o único lugar que você pode achar a confiança verdadeira na vida. Por que? Porque é a própria fonte da vida em si.

A experiência consciente de Ser, a qual é o que a experiência de iluminação é, sempre foi a resposta última mas as questões espirituais mais fundamentais: Quem sou eu? Por que eu estou aqui? Aqueles que provaram da consciência iluminada descobrem que nessa experiência, qualquer traço de dúvida existencial e todas as questões que a acompanham desaparecem instantaneamente. Não é nem mesmo que elas sejam respondidas, mas em vez disso, as perguntas perdem o seu significado. Quando você localiza a não-relativa, ou absoluta, natureza da consciência nas profundezas do seu próprio eu, ela é experimentada como claridade que é vazia de conteúdo; um peso que é cheio de nada em particular; um conhecimento profundo que dissolve todas as questões. Neste estado sem perguntas, você se encontra profundamente enraizado e radicalmente livre, sustentado por uma confiança absoluta no conhecer da não-coisa que muda tudo. A experiência desse território vazio é a resposta — aquela resposta que sempre liberta cada um de nós. Você simplesmente sabe, inequivocamente, antes do pensamento, que EU sou. Essa é a única resposta: EU SOU. Não há um porquê."

Origem: [https://www.amazon.com/Evolutionary.../dp/1590792092](https://www.amazon.com/Evolutionary-Enlightenment-Path-Spiritual-Awakening/dp/1590792092?fbclid=IwAR3DY_lv8AVgGhieGcAY55vGggdZ22PNyBCRgX4Ju9_S5QogdzIVY0SQ5Lc)

Artigos Relacionados:

1) [http://www.awakeningtoreality.com/2018/12/the-direct-path-to-your-real-self.html]

2) http://www.awakeningtoreality.com/2018/12/i-am-experienceglimpserecognition-vs-i.html

3) [http://www.awakeningtoreality.com/2019/10/updated-chapter-how-to-practice-to.html]

4) [http://www.awakeningtoreality.com/search/label/Self%20Enquiry]

5) [http://www.awakeningtoreality.com/search/label/Ken%20Wilber]

6) [https://www.happinessofbeing.com/articles]

7) [https://www.happinessofbeing.com/books]

8) [https://albigen.com/uarelove/](https://albigen.com/uarelove/)

9) Livros por Eckhart Tolle, Ramana Maharshi, Nisargadatta, John Wheeler, Adyashanti, Michael A. Singer, Three Pillars of Zen, etc

10) Awake: It’s Your Turn by Dr. Angelo Dilullo along with his YouTube Channel Simply Awake: [https://www.youtube.com/playlist?list=PLR2bLIYLsk_SCjWcxUWJDdX70YbbdyTqg]

11) Ken Wilber – I Am Big Mind: [https://www.youtube.com/watch?v=BA8tDzK_kPI](https://www.youtube.com/watch?v=BA8tDzK_kPI)

O que a Realização de EU SOU Não É

O aspecto chave que distingue a realização de EU SOU da experiência de EU SOU é que existe a qualidade de completa certeza sem dúvida de EU que é inabalável, um momento EUREKA onde você descobriu o que você realmente é, e essa certeza permanece daquele momento em diante.

Além disso - o EU SOU não é um estado fabricado. É Presença-Consciência não fabricada. Você não "cultiva"a Presença EU SOU. Não é meramente um estado de Testemunhar a ser mantido. Não é um estado mantido. Não é um estado a ser alcançado através de esforço e cultivo. Ele é descoberto e diretamente realizado para ser o núcleo brilhante e sem dúvida de sua Existência, bem parecido com as nuvens se dissipando (a nossa identificação errônea com objetos percebidos de mente e corpo como eu) revelando o sol brilhante que estava presente o tempo todo, mas nunca percebido.

Se alguém tem uma experiência de ser uma Testemunha ou entrar em um estado de Testemunhar, mas ele precisa ser "mantido" ou é sentido como sendo "obtido" ou "perdido", mesmo se intuir aquela Testemunha como sendo sempre-presente, aquilo ainda é "experiência" mas não "realização" (veja as classificações acima). Isto não significa que depois da realização de EU SOU a pessoa nunca mais irá se distrair por pensamentos, significa apenas que há um tipo de certeza inabalável de Ser que nunca é perdido. Você percebeu que isso é Você sem sombra de dúvida, como sendo a base do Ser. Como John Tan expõe. "****Ser liberto da individualidade -- vem e vai, vida e morte, todos os fenômenos meramente brotam e somem do plano de fundo do SER. o SER não está experimentando como uma 'entidade' residindo em algum lugar, nem por dentro nem por fora; em vez disso é experimentado como a realidade de base para todos os fenômenos ocorrerem. Mesmo no momento de retrocesso (morte), o yogi está completamente em sintonia com aquela realidade; experimentando o 'real' tão claro quanto é possível. Nós não podemos perder aquele SER; ao invés todas as coisas só podem se dissolver e re-emergir a partir dele. O SER não se moveu, não há vir e ir. Esse "SER é DEUS."****"

O EU SOU também não é algo que alguém pode apenas "experimentar" durante um estado de transe meditativo em uma longínqua montanha protegido da vida diária. Alguém que realizou EU SOU entenderá, como John Tan expressou em 2007, "O SER tem potencial ilimitado e deve ser expresso em um mundo relativo em constante interação." Como é a fonte e base de tudo, o SER é visto como tendo uma potencialidade infinita para se expressar, através de tudo e sendo tudo.

A Presença de EU SOU como descoberta na Auto Realização é uma não-dual, Autoconsciente Presença de Ser. Você percebe que é uma brilhante Presença-Consciência, mas ela não é um consciência sujeito-objeto onde "você" sabe que é uma "presença" que está "consciente", não é 'você' conhecendo Presença (sujeito conhecendo objeto) mas há apenas Você Sendo Presença-Consciência. É uma realização direta e não-dual e uma prova direta da Mente. Em um estágio posterior, essa prova luminosa e não dualística de 'existência' é trazida do segundo plano para o primeiro plano em todas as manifestações, o qual será mais elaborado nos capítulos a seguir deste guia.

"Depois da Autorrealização, há uma certeza indubitável de Ser que nunca foi perdida, então eu não preciso mais me auto investigar. Eu tive uma certeza de que Consciência é o que eu sou, e não é um estado mantido, não é algo que eu possa 'ganhar' e 'perder'." - Soh, 2018

"A sua experiência de 'Ser' não chegou a um ponto de estabilidade ainda. É por isso que não é este tipo de Realização que eu estou visando." - John Tan para Soh em 2009, um ano antes de Soh realizar EU SOU.

O EU SOU não é sobre ter uma experiência, é sobre descobrir e perceber o que Você é. Não é algo que você faz, nem algo que você experimenta, mas algo que é realizado. Eureka. Então descubra quem é o experimentador. Quem e o que eu sou?

Quando você realiza isso com completa certeza, você simplesmente sabe (ou melhor, é simplesmente saber) do que você é e não se confunde acerca das noções conceituais de uma entidade de 'eu' que existe e dissolve no tempo e assim por diante. É a pura, radiante, atemporal Presença.

Rastreando todos os pensamentos e percepções de volta até a fonte, há apenas uma brilhante luz de Ser. Antes de nascermos EU SOU – Soh, 2020

Se você continua incerto se já teve um vislumbre de reconhecimento ou experiência de EU SOU ou Auto Realização indubitável, dê uma olhada neste artigo. [this article](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2018/12/i-am-experienceglimpserecognition-vs-i.html)

A realização de EU SOU (**[http://www.awakeningtoreality.com/2011/12/experience-realization-view-practice_16.html]

Ter uma experiência de testemunhar, ou um estado de presença pura, não é o mesmo que ter alcançado a auto realização indubitável - neste caso pode-se dizer que o praticante teve uma experiência, mas não insight/realização. Eu tive experiências de Presença e Testemunhar a consciência desde 2007, mas não a realizei até Fevereiro de 2010 depois de quase dois anos de praticar auto investigação. Além disso, só para deixar claro: o 'EU SOU' que Nisargadatta menciona não é o mesmo que o 'EU SOU' definido por mim e Thusness, para mim e Thusness, 'EU SOU' refere-se a apreensão indubitável da Consciência, Auto Realização indubitável. É como você sabe...várias pessoas utilizam os termos de forma diferente. O 'EU SOU' de Nisargadatta é mais relacionado ao eu-pensante de Ramana Maharshi, o pensamento raiz ou o AhamVritti. Quando você observou AhamVritti, continue investigando até a Fonte daquilo – Quem é que Testemunha a percepção de eu? E ao continuar a perguntar quem sou eu, quem é a fonte disso, eventualmente o 'eu pensante' desaparecerá e a Fonte será percebida Essa Fonte que eu chamo "Realização/percepção de EU SOU" não deve ser confundida com o "EU SOU" de Nisargadatta ou o "AhamVritti" de Ramana.

Autorrealização é alcançada quando há uma certeza completa de Ser - uma realização inabalável de indubitável Presença-Existência Pura ou Consciência ou Ser ou Existência como sendo a sua verdadeira identidade. Você enxerga claramente que não é uma máquina, você não é nada inerte, você não é apenas uma inércia ou um cadáver morto mas você é pura Existência, Consciência em si. Não há nada mais claro e indubitável ou irrefutável do que Você! Eureka. Sem essa qualidade de 'certeza inabalável', quaisquer experiências que se tenha passado não podem ser consideradas como uma realização. O indivíduo percebe a essência luminosa da mente, mas é incapaz de vê-la como todas as manifestações sob condições diferentes (isto seria a realização não-dual e além). Sim, essa essência luminosa é experimentada como um modo de percepção imediato, direto, não-conceitual e não-dual (MOPIDNCND) E é uma Consciência que se auto reconhece (A Presença é ela mesma o seu conhecer. Não conhecedor separado de sua presença). Sim, neste momento de Ser, não há pensamento, e nem mesmo algum sentido de eu. Ela permeia tudo e é ilimitada, e com frequência é descrita como sendo uma gota de chuva (senso de individualidade) se dissolvendo no oceano - A pessoa se identifica como SENDO essa Presença infinita, e nesta Presença oceânica e infinita não pode haver percepção de individualidade (especialmente quando essa fase da experiência e realização amadurece em termos de intensidade e apersonalidade). Contudo, como Thusness define: A percepção de 'Eu' precisa se dissolver em todos os pontos de entrada e saída. No primeiro estágio de dissolução, a dissolução do 'Eu' refere-se apenas ao reino do pensamento. A entrada está no nível da mente. A experiência é o 'Ser'. Ao ter tal experiência, o praticante pode ser sobrecarregado pela experiência transcendental, apegando-se a ela e confundindo-a como o estágio mais puro de consciência, não percebendo que é apenas um estado de 'não-eu' relacionado ao reino do pensamento." A percepção de 'Eu' dissolve em todas entradas sensoriais e experiências (no ver há apenas o visto sem o observador, no ouvir apenas o som sem ouvidor, no pensar apenas o pensamento, mas não o pensador, etc) quando Anatta é realizado como 'natureza', como um selo do dharma. Isto é discutido posteriormente.

Nesta fase do insight (o EU SER) enxerga-se todos os pensamentos e experiências como se surgindo e desaparecendo dentro dessa Base de Ser, mas o Ser como númeno não é afetado pelos surgimentos e desaparecimentos de fenômenos, como as imagens de um filme passando pela tela, ou as ondas vindo e indo dentro de um oceano imutável. Vendo uma sutil distinção entre o Númeno e o Fenomenal, apega-se ao puro ser sem pensamento (o qual é pensamento não-conceitual) como sua mais pura identidade, como se fosse o verdadeiro e imutável eu ou a base Detrás todas as coisas - apega-se a um plano de fundo sem forma, fonte ou testemunha dos fenômenos.

Já que a visão de dualidade e inerência é forte, a Consciência é vista como uma eterna presença testemunha, um sujeito sem forma que percebe. Portanto, mesmo que a experiência de EU SOU seja em si não-dual, apega-se ainda a uma visão dualística o que portanto afeta a forma que percebemos a realidade e o mundo. Esse framework dualístico distorce a experiência não-dual ao se apegar ou materializar esta experiência em um Background último o qual é meramente uma imagem de uma experiência não-dual anterior concretizado em um Eu, último e imutável. Então está sendo percebido/concebido que eu estou aqui, como um(a) vigilante/testemunha eterno(a) e imutável de pensamentos e sentimentos passageiros. O "EU" simplesmente testemunha mas não é afetado, nem julga os pensamentos/percepções que são experimentados. Não obstante, há uma separação entre o Observador e o Observado. Uma verdadeira experiência está sendo distorcida pela tendência da mente de projetar dualidade e inerência as coisas, entidade, consciência, etc).

Além disso, na minha experiência, a minha experiência do EU SOU depois da realização inicial é corrompida com um leve senso de personalidade e localidade. Isto é, mesmo que a mente saiba como experimentar Presença além de todos os conceitos, a mente ainda não pode separar Presença do mais leve e sutil senso de personalidade. Foi só depois de cerca de dois meses após a realização que o senso de uma testemunha localizada dissolveu completamente em um espaço não-localizado e impessoal de testemunhar-consciência-presença (mas ainda dualístico e em 'plano de fundo'). Neste nível, o EU SOU é separado da Personalidade. e é visto como se tudo e todos no mundo compartilham a mesma fonte ou mesmo espaço, como quando um vaso quebra, o ar dentro do vaso se mistura completamente com o ar do ambiente inteiro tal como não houvesse nenhum sentido de uma divisão entre um 'espaço interior' ou um 'espaço exterior', tal como se tudo compartilhasse o mesmo espaço, como uma analogia de presença que permeia tudo. Por causa da dissolução do construto da personalidade, parece que eu, a cadeira e o cachorro 'compartilhamos' o mesmo espaço, a mesma fonte, a mesma substância de consciência. Na verdade não é que o indivíduo se "mistura", mas ele Percebe que ele É a entidade infinita e não uma pequena entidade cercada. Essa presença que tudo permeia, embora despojada de qualquer senso de localidade ou um senso de personalidade, ainda pertence ao nível do pensamento (pensamento não-conceitual). Ele não experimenta o mesmo 'gosto' de luminosidade-presença nas outras portas sensoriais - como visão, som, cheiro, gosto, toque. No entanto, se essa experiência de 'presença que tudo permeia' é mantida, ela pode levar a uma experiência de samadhi oceânica. Ao passo que a impessoalidade amadurece, sente-se que tudo incluindo a si mesmo é exprimido por uma fonte superior, um poder superior, uma força viva impessoal ou inteligência.

p.s. (atualização) Apenas um dia depois de escrever esse capítulo, eu encontrei um livro com o mesmo nome que o meu, "Quem sou eu?" por Pandit Shriram Sharma Archaya. Ele distingue a Alma, o Eu interior/a Testemunha Interior/ o 'Núcleo do seu Mundo', da Entidade Universal ou o Onipresente Ser Superior o qual é a fonte suprema de até mesmo aquele Eu Interior e todo o resto no mundo. Ele diz que deve-se perceber o Eu Interior primeiro antes de perceber a integralidade ou unidade daquele Eu Interior com a Entidade Universal, Atman-Brahman.

Isto é precisamente do que eu estou falando - a diferença entre a experiência universal e realização do EU SOU (como o eu interior), então o amadurecimento para o EU SOU Universal, que é o aspecto da impessoalidade. Essa é a diferença entre os estágios 1 e 2 de Thusness. No EU SOU Universal, é apenas esse "campo unificado" no qual "tudo pertence a todos", e que nessa fase "O Yogi é aquele que a individualidade foi conscientemente unida (fundida) com a Entidade cósmica." Tudo e todos são impessoalmente expressos e vividos por essa fonte pervasiva, como afirmado por ele, "partículas de inteligência pervasivas universais e energia, consciência cósmica [Chetna] e vida, estão ativando infinitos sistemas, formas e forças desse cosmos."

**Subfases em nenhuma ordem em particular:**

- Núcleo Mais Íntimo de Existência (aka Alma/Átomo)

- Entidade/presença Infinita que Tudo Permeia

- Oceano de Felicidade

- Eu e todos(as) os(as) seres/coisas estão sendo vividos pela vida e inteligência cósmica, a Fonte do ser e vontade (aka Deus-Realização como distinto de mera Auto Realização).

- Eu sou o eu em você, em mim e tudo

A experiência:

Pode=se ter [vislumbres e experiências de EU SOU sem a Autorealização](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2018/12/i-am-experienceglimpserecognition-vs-i.html) (Autorrealização quer dizer alcançar o ponto de completa certeza sem dúvidas de Ser/Existência com um fator Eureka!), mas a Autorrealização certamente virá com as experiências. Autorrealização é caracterizada pela percepção direta do Eu em quietude completa, última, sem pensamentos, sem inferência, íntegra e completa, completa certeza sem um traço de dúvida, descansando completamente como Eu, como se você tivesse encontrado o que o seu Eu é e não há nada nem ninguém que possa abalar o seu entendimento dali em diante. Isso não é meramente um vislumbre ou experiência que mais tarde desvanece ou deixa dúvidas ou incerteza, nesse caso pode-se dizer que você teve uma experiência de "EU SOU" mas não "a realização de EU SOU (Autorrealização)".

Experiências associadas com EU SOU incluem:

- Vasta Presença reflexa como um espelho por trás de de todos os objetos

- Ser uma Presença imutável e sem forma que Testemunha

- De não ser o corpo, mas um Espírito

- Experiências/liberações energéticas ("No momento da realização, Eu experimentei um tremendo fluxo de energia sendo liberado. Foi como se a vida estivesse se expressando através do meu corpo e eu não era nada além desta expressão" John Tan,2006)

Dia 9 de Julho de 2010

Eu me lembro que pensamentos de perder a consciência aconteciam com bastante frequência comigo no passado. Mas isso tudo é visto com sendo totalmente sem base e ridículo hoje em dia.

Todos os pensamentos de "Eu perdi a consciência" ou "Eu preciso de mais esforço para manter a consciência" ou qualquer coisa parecida com essas frases implicam em ter tido algum 'reconhecimento' ou 'experiência' de Consciência, mas não ter a Realização de Quem Você É.

Isto é porque, olhando em retrospectiva, eu acho que Thusness era muito apto em me dizer a diferença entre Experiência e Realização no ano passado. Ele disse "Você pode ter a feliz sensação ou sentimento de vasto e aberto espaço; você pode experimentar um estado não-conceitual e sem objetos; você pode experimentar a clareza reflexiva como um espelho, mas todas essas experiências não são a Realização. Não há 'eureka', nem 'aha', nem momento de iluminação imediata e intuitiva que você entendeu algo inegável e inabalável -- uma convicção tão poderosa que ninguém, nem mesmo Buddha pode desviá-lo dessa realização porque o praticante vê tão claramente a verdade dela. É o direto e inabalável insight de 'Você'. Isto é a realização que um praticante precisa ter para realizar o satori Zen. Você entenderá claramente porque é tão difícil para aqueles praticantes renunciar esse 'Eu ser' e aceitar a doutrina de anatta. Na verdade, não há renunciar desta 'Testemunha', é antes um aprofundamento do insight para incluir a parte não-dual, não-baseada e interconectada de nossa natureza luminosa. Como o que Rob disse, "Mantenha a experiência, mas refine as perspectivas"."

E é esse o caso. Ter uma experiência de Consciência deixa dúvida (incluindo dúvidas como 'Eu perdi a consciência', 'Eu preciso mantê-la', etc). Isto é porque você não resolveu a questão da sua verdadeira identidade. Você pode ter um senso claro de presença e espaciosidade, e ainda assim não ter compreendido realmente ou insight e uma **convicção inabalável** de Quem Eles São o que vira o sentido deles de eu e identidade de cabeça para baixo. **É a realização além de qualquer traço de dúvida, a inegabilidade da sua verdadeira identidade sendo aquela Consciência Pura.

Se você percebeu isso, então dúvidas como "Eu perdi a consciência" não surgirão mais, e mesmo que surjam, o pensamento é **visto completamente como uma ilusão** - um pensamento ilusório surgindo na presença inegável de VOCÊ. Tais hábitos da mente uma vez vistos à luz da realização, **nunca serão capazes de atrapalhar você** enxergar e ser, verdadeiramente - São simplesmente expostos pela ilusão que eles são, como as palavras 'este lugar é escuro' escritas na parede quando reveladas pela luz brilhante na sala simplesmente revela a ilusão pelo que ela é. Vê como sem fundamento essas palavras/pensamentos são a luz da visão clara?

Então não é sobre manter um estado de experiência, É enxergar como isso é o seu Verdadeiro Eu, o que você já é, e nenhuma ilusão será capaz de tirar você disso - pois não é um estado ou experiência que requer manutenção, ao contrário é a inegável Presença do Que Você É e todos os pensamentos e ilusões que surgem ainda só surgem nessa Inegabilidade de Presença Imediata e são vistos imediatamente como ilusões.

Através da Realização, a sua tão chamada compreensão (embora ela não seja uma compreensão conceitual) de Consciência se transformará de ser uma 'experiência' ou 'estado' baseada(o) para enxergar claramente como a Consciência é a base inegável do Ser e Saber na qual todos os fenômenos vêm e vão, e no entanto, a Consciência permanece imóvel.

Você pode fugir do momento presente? Não, você não pode. Você pode fugir de Você? Não, claro que não! Cada tentativa de evitar a Presença ainda é experienciada em Presença inevitável e inegável.

Então toda a diferença entre experiência e realização é essa - na realização, a Consciência é as experiências vívidas e claramente, Porém, mais do que isto, é um insight claro no fato do seu próprio Ser que queima todas as dúvidas e perguntas até que apenas a Luz da Consciência é o que resta e é claramente visto sendo sempre assim. E nessa certeza inabalável de Ser você vê claramente que não precisa manter nada - você simplesmente É Aquilo

Não é uma experiência, mas a realização, a compreensão (porém, não é uma compreensão mental, mas um sentimento/ser-realização), isso faz de você inabalável perante as dúvidas ao expô-las como as ilusões que elas são. Sem a realização, as dúvidas serão 'acreditadas'.

Por último, nunca ache que essa realização que eu estou escrevendo soa 'difícil de obter' já que eu posso garantir que Não é. É simplesmente um fato sempre-presente e imediato do seu ser resplandecente em plena perspectiva aguardando para ser descoberto e realizado. Não é um estado que você tem que desenvolver gradualmente ao longo do tempo através de algum tipo de técnica - ao invés, já está sempre presente atemporalmente, bem aqui e agora. Você precisa simplesmente conhecer o que e como investigar (ex: auto questionamento) e você está no caminho para o verdadeiro insight e liberdade.

Porque Alcançar o EU SOU (Eu posso pular direto para "estágios mais avançados" como anatta?)

Algumas pessoas se perguntam se é necessário passar pela percepção de EU SOU antes de realizarem outros estágios do insight como Anatta (Estágio 5). Embora seja possível, é fácil perder certos aspectos como a Presença luminosa. O indivíduo pode ter experiências não-duais, mas é seco e estéril sem a o gosto luminoso da Presença-Consciência. Mais além, como discutido no final desse documento, os estágios não devem ser vistos puramente como uma progressão linear, nem como medida de importância -- mesmo a primeira fase da Realização de EU SOU é importante já que ela traz a essência luminosa. Na verdade, o gosto do Estágio 1 (EU SOU) e o Estágio 4 e 5 é parecido, apenas o insight e a visão são diferentes. No Estágio 4, John Tan escreveu que é o mesmo sabor luminoso que o gosto direto da Mente (chamado "EU SOU") mas agora estendido a todos os seis sentidos.

"[11:25 AM, 6/6/2020] John Tan: As pessoas que não passam pelas fases de insight entre EU SOU não saberão a diferença mas é importante passar através de EU SOU para realizar a intensidade." -["Frank Yang" Show de Comilança (Mukbang Iluminado)](https://awakeningtoreality.blogspot.com/2020/06/frank-yang-eating-show-enlightened.html)

Em 2009, John Tan escreveu:

"Olá Teck Cheong,

O que você descreveu é ótimo e também pode ser considerado meditação vipassana, mas você precisa ser claro qual é o principal objetivo de se praticar dessa maneira. Ironicamente, o propósito real só se torna óbvio depois do surgimento do insight de anatta. No que eu juntei até agora das suas descrições não há tanto sobre anatta ou a natureza vazia dos fenômenos, mas em vez disso, estão direcionadas rumo a prática de Consciência. Então seria bom começar a partir da compreensão do que a Consciência realmente é. Todo o método de práticas que você citou levará a uma qualidade de experiência que é não-conceitual. Você pode ter experiência não-conceitual de som, gosto...etc... mas o mais importante na minha opinião, você deve começar tendo uma experiência de Consciência direta, não-dual. (primeiro vislumbre da nossa essência luminosa). Uma vez que você tenha um 'gosto' do que a Consciência é, então você pode pensar em 'expandir' essa consciência crua e gradualmente entender o que 'elevar e expandir' significam da perspectiva da Consciência.

Continuando, embora você ouça e veja 'não-dualidade, anatta e originação dependente' por todo o lugar em um fórum de Eterno 'Agora' (os livros recentes de Toni Packer que você comprou são sobre não-dualidade e anatta), e primeiramente, não há nada de errado em ser 'dualístico'. Mesmo depois da experiência direta não-conceitual de Consciência, nossa perspectiva ainda continuará a ser dualística; então não tenha a ideia de que ser dualístico é ruim embora impeça a experiência completa de libertação.

O comentário feito por Dharma Dan é bem auspicioso, mas depois eu percebi que é importante ter um primeiro vislumbre da nossa essência luminosa diretamente antes de prosseguir em tal entendimento. Às vezes, entender algo muito cedo privará o indivíduo da verdadeira realização já que ela se torna conceitual. Uma vez que a compreensão conceitual tenha se formado, até mesmo mestres qualificados terão dificuldade em levar o praticante até a verdadeira 'realização' já que o praticante confunde compreensão conceitual com realização.

Lembranças,

John"

"O anatta que eu alcancei é bem único. Não é apenas a realização de não-eu. Mas primeiro é preciso ter um insight intuitivo da Presença. De outra forma, terá que reverter as fases dos insights." - John Tan, 2018

Também:

Eu percebi que muitos Buddhistas treinados sob a doutrina de anatta e vazio parecem ficar desanimados com a descrição da "realização do EU SOU" já que parece contradizer o anatta. Isso impedirá o seu progresso pois eles falharão em apreciar e perceber a profundidade da presença luminosa, e sua compreensão de anatta e vazio continua intelectual. Deve-se entender que a realização de EU SOU não contradiz a realização de Anatta, mas a complementa. É o "rosto original antes de os seus pais terem nascido" do Zen, e a clareza não-fabricada no Dzogchen que serve como rigpa inicialmente, é também a certeza inicial da Mente descoberta no primeiro dos quatro yogas do Mahamudra (veja: Esclarecendo o Estado Natural por DakpoTashi Namgyal). Chamá-lo de "EU SOU" é só outro nome para a mesma coisa, e você também deve saber que a definição do AtR de EU SOU é diferente do termo Buddhista "presunção de Eu Sou" ou o 'Eu sou' de Nisargadatta. O EU SOU de AtR é um sabor direto e realização da Mente de Luz Clara.

A visão fica refinada e o gosto é levado a maturidade espontânea e não-artificial em todas as manifestações ao passo que os insights do indivíduo se aprofundam.

" 'Eu sou’ é um pensamento luminoso em samadhi como eu-Eu. Anatta é uma realização disso extendendo o insight para as 6 entradas e saídas." - John Tan, 2018

Soh:

A perspectiva de anatta, originação dependente e vazio é muito diferente do Advaita, então enquanto você entender intelectualmente este ponto, continue a fazer auto investigação na qual trabalha-se sobre um conjunto diferente de suposições. Não se deixe perturbar se Presença é eu ou não-eu enquanto auto investiga, ou sobre anatta, etc. Apenas perceba diretamente a(o) Consciência/Presença/EU SOU primeiro. Se você se perturbar por pensamentos ou conceitos, você nunca chegará a Certeza do Ser-Existência. De fato, esse sabor indubitável de Presença luminosa não contradiz anatta, mas a complementa quando compreendido propriamente. Meramente compreender anatta sem o gosto direto da Presença é seco e niilista ou meramente intelectual.

Contudo, depois de você perceber a Presença (EU SOU), então não-dualidade, e anatta e originação dependente e vacuidade, você começará a ver e apreciar que a perspectiva e insight do Buddha é profunda.

John Tan me disse em 2008, "Embora o 'ensinamento de anatta' ajude a impedi-lo de cair em visões erradas, o lado ruim é que ele também o priva de experienciar aquela profunda e última convicção, aquela certeza além da dúvida da sua própria existência -- "EU SOU'. Isso é um fator muito importante para os praticantes.

Embora eu tivesse uma compreensão intelectual de anatta, vazio e originação dependente desde 2006, Eu (Soh) não deixei que perturbasse minha auto investigação e a minha auto investigação entre 2008 e Fevereiro de 2010 culminou em Autorrealização.

"Quanto a importância de passar pela realização de EU SOU ou se podemos pular para anatta -- John Tan e eu e Sim Pern Chong tivemos opiniões divergentes e que foram evoluindo sobre isso com o passar dos anos (Eu lembro de Sim Pern Chong dizendo que ele acha que as pessoas podem pular no geral, John também imaginava se seria possível ou aconselhável como certas pessoas AF[Fase da Liberdade de Fato] pareciam ter pulado, mas experienciam a luminosidade), contudo depois de testemunhar o progresso das pessoas, nos parece que aqueles que passaram por anatta sem a realização de EU SOU tendem a perder a luminosidade e a intensidade da luminosidade. E então eles terão que passar através de outra fase. Para aqueles com a realização de EU SOU, a segunda estrofe de anatta vem com muita facilidade, de fato é o primeiro aspecto a se tornar mais aparente. Nos dias de hoje, as opiniões minhas e de John é que é melhor passar pela fase de EU SOU, então não-dualidade e anatta...

Também havia a preocupação de que levar as pessoas até o EU SOU, poderia fazer com que elas ficassem presas lá. (Assim como John Tan e Sim Pern Chong ficaram presos lá por décadas).

Mas eu demonstrei que ao invés disso, é possível progredir rapidamente (em oito meses) de EU SOU para anatta. Então o ficar preso é devido a falta de indicadores corretos e direções, não um problema inerente ao EU SOU." - Soh, 2020

Artigo relacionado:

[http://www.awakeningtoreality.com/2019/02/the-transient-universe-has-heart.html]

**Armadilhas e Perigos da Fase de EU SOU (leia esta seção apenas depois de alcançar EU SOU)**

*(Comentários por Soh: Só queria explicar o porquê de Nafis escrever 'leia esta seção apenas depois de alcançar 'EU SOU' no título. Na verdade eu acho que está OK que as pessoas leiam esta seção antes da realização de EU SOU, mas lembre-se que não deve-se pensar em desconstruir EU SOU/Consciência mas realizar completamente e experimentar o EU SOU até que haja o sentimento e seja percebido como a Única e Última Realidade do indivíduo, primeiro, antes de ir desconstruindo as perspectivas de inerência e dualidade.

Também deve-se manter isto em mente:

*John Tan escreveu no Dharma Overground em 2009,

"Olá Gary,

Parece que há dois grupos de praticantes nesse fórum, um está adotando a abordagem gradual e a outra, o caminho direto. Eu sou bem novato aqui então eu posso estar errado.

Minha opinião é de que você está adotando uma abordagem gradual, mas está experimentando algo muito significativo no caminho direto, isto é, a 'testemunha'. Como o que Kenneth disse, "Você está em algo muito grande aqui, Gary. Esta prática te libertará. Mas para o que Kenneth disse seria necessário que você despertasse para este 'Eu'. É necessário que você tenha o tipo de realização 'eureka!'. Desperte para esse 'Eu', o caminho da espiritualidade se torna claro; é apenas o desenrolar deste 'Eu'.

*Por outro lado, o que Yabaxoule descreve é uma abordagem gradual e portanto há uma desvalorização do 'EU SOU'. Você deve medir as suas próprias condições, se você escolher o caminho direto, você não pode menosprezar esse 'Eu'; ao contrário, você deve experienciar totalmente e completamente o todo de 'VOCÊ' como 'Existência'. A natureza vazia da nossa natureza dará um passo rumo aos praticantes do caminho direto quando eles vierem face a face com a 'irrastreável', 'descentralizada' e 'espontânea' natureza da consciência não-dual.

*Talvez um pouco a respeito de onde as duas abordagens se encontram será de ajuda pra você.

Despertar para o 'Observador' irá ao mesmo tempo 'abrir' o 'olho do imediatismo'; isto é, a capacidade de penetrar imediatamente os pensamentos discursivos e sentidos, sentir, perceber sem intermediar o percebido. É um tipo de conhecimento direto. Você deve estar profundamente consciente deste tipo de percepção "direta sem intermediário" -- direto demais para haver a lacuna de sujeito-objeto, curto demais para haver tempo, simples demais para haver pensamentos. É o 'olho' que pode ver a íntegra do 'som' ao ser 'o som'. É o mesmo 'olho' que é necessário quando praticando vipassana, isto é, sendo 'cru'. Seja não-dual ou vipassana, ambos requerem a abertura deste 'olho imediato'.")

"Se na fase de "EU SOU" você praticasse erroneamente, eu acho que você ficaria preso, provavelmente até a velhice com pouco progresso." - John Tan, 2011

Umas das armadilhas mais comuns é pensar que o EU SOU é a final, Verdade última. A maioria das pessoas que alcançaram EU SOU pensam desta forma e ficam estagnadas ali. Como eu mencionei antes, como uma estimativa baseada em mais de décadas (Soh) encontrando, lendo e conversando com muitos praticantes realizados e professores, em torno de 90% de qualquer pessoa realizada está simplesmente tendo a realização de EU SOU, 8% em torno de Mente Una, e apenas 2% ou menos estão tendo a realização de anatta e além.

"Embora a natureza búdica seja simples e mais direta, esses ainda são os passos. Se alguém não conhece o processo e disse 'sim, é isso'... então isto é um engano extremo. Para 99% [das pessoas 'realizadas'/'iluminadas'] o que a pessoa está falando é sobre "Eu sou", e não foi além da permanência, e ainda pensam [em termos de] permanência, sem forma... ... todos e quase todos pensaram algo na linha do "Eu ser", todos são como os netos do "Ser", e essa é a causa raiz da dualidade." - John Tan, 2007

Como Adyanshanti indicou,

"Vazio (Soh: O Vazio de Adyashanti quer dizer o 'Eu ser' do Estágio 1 de John Tan, não a Vacuidade/Shunyata budista do Estágio 6 de John Tan discutido neste guia) não é a totalidade do que você é. O vazio é um aspecto profundo do que você é, é um sabor profundo da sua verdadeira natureza, não é a totalidade do que você é tanto quanto levantar de manhã se sentindo bem [não] é a totalidade do que você é... ou se sentindo mal [não] é a totalidade do que você é... ...Sempre que você tocar uma verdade profunda, a "talidade" da realidade, a sua verdadeira natureza, cada aspecto é sentido como total e completo e que inclui tudo naquele momento. Então é por isso que professores têm tanta dificuldade de atravessar isto e chegar na pessoa, quando elas tem uma experiência inicial de qualquer coisa porque se é uma experiência inicial da realidade ela parece totalmente completa e há uma certa confiança inata que surge dentro de você. Não uma confiança egóica, mas uma confiança que vem da realidade."

Outras armadilhas na fase EU SOU incluem:

~ Reificar Hospedeiro e Hóspede (Uma consciência imutável)

Existe uma tendência na fase de EU SOU de reificar o espaço da consciência como um plano de fundo imutável, hospedeiro Absoluto, e recipiente, de todos os conteúdos transitórios de pensamentos, percepções, sentimentos e sensações. Ao invés de focar em reificar e solidificar essa imagem de um imutável hospedeiro existente e inerente, nós devemos ao contrário focar nos quatro aspectos de EU SOU como descritos acima. De outra forma nós ficaremos presos na Fase EU SOU.

Durante a minha fase EU SOU, eu via a Consciência como um hospedeiro imutável, como um espaço infinito onde os 'hóspedes' de todos os fenômenos transitórios vêm e vão deixando o hospedeiro sem forma da consciência intocada. John Tan subsequentemente teve uma conversa comigo, retirada do [Diário de Soh e Notas sobre o Despertar Espiritual](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2010/12/my-e-booke-journal.html):

Soh escreveu (exemplo de reificar hospedeiro e hóspede):

"14 de Maio de 2010

Meditação Caminhando/Jogging/Correndo

Enquanto eu estava fazendo jogging agora há pouco, eu 'esqueci' minha mente e corpo. Parecia que eu era a presença imóvel na qual o mundo se move através. Ao invés de ser um corpo correndo na estrada daqui até lá, foi visto como se eu fosse o espaço que engloba o mundo inteiro e o mundo inteiro se move através de mim. Eu não estou me movendo. O mundo está se movendo através de mim.

Parece que você está correndo na esteira, você não está se movendo de verdade! Exceto pelo cenário se movendo através de você.

Você pode praticar observando na próxima vez quando você correr ou fazer Jogging. Esse espaço de consciência é imóvel, esteja o mundo se movendo ou não.

Mais tarde eu me lembrei deste video http://www.headless.org/videos/still_point.htm

...

15 de Maio de 2010

Soh: Acabei de ter uma discussão com John. eu acho que há algo muito importante para ser advertido aos leitores aqui, baseado no que ele me disse.

A experiência da Testemunha é importante, e é inegável. A Certeza de Ser é uma certeza natural que não pode ser negada. Isto não é errado. Você não pode negar a sua própria existência (como poderia? Se você tentar negá-la, quem é que está negando?)

Não há nada de errado em experimentar diretamente sem intermediário a pura essência da existência. Mas depois dessa experiência direta, deve-se refinar a compreensão, nossas perspectivas, nossos insights. Ao invés de desviar da perspectiva correta, reforçando a perspectiva errada, depois da experiência.

John também me disse que o que eu experimentei não tem nada haver com 'o ser sendo imutável, constante e permanente'. Mesmo assim eu estava reforçando essa perspectiva errada na minha consciência, como um mantra. ele me disse para não fazer isto, e que o que eu descrevi não é a minha experiência direta, ao contrário, é a minha mente pregando peças. O que é experienciado é apenas luminosidade, não-conceitualidade, diretividade, nada mais do que isso. Então em vez de descrever o que eu experimentei, eu estava me lembrando do que não é verdade. Na verdade nós nunca experimentamos qualquer coisa imutável.

Ele também disse que embora eu esteja tendo a experiência de "hospedeiro e hóspede", ele me disse para não focar no aspecto 'permanente, imutável e independente'. se fizesse isso, ao passar de mais alguns meses de treinamento intenso, eu ficaria preso por décadas nos reinos sem forma e seria difícil sair. Ao contrário, eu devo focar no aspecto da impessoalidade, e os quatro aspectos de EU SOU que ele me falou a respeito, e a partir daí experienciar não-dualidade e anatta.

Não é sobre negar a Testemunha, mas refinar o nosso insight a respeito dela:

- O que quer dizer não-dual?

- O que quer dizer não conceitual?

- O que quer dizer ser espontâneo?

- O que é o aspecto da 'impessoalidade'?

- O que é a luminosidade?

"A realização direta da Mente é sem forma, sem som, sem cheiro, etc. Mas posteriormente é percebido que formas, cheiros, são Mente, são Presença, Luminosidade. Sem a profunda realização, o indivíduo estagna no nível de EU SOU e cria uma fixação com o reino sem forma, etc. Isto é o Estágio 1 de Thusness.

O eu-Eu ou EU SOU posteriormente é percebido como simplesmente um aspecto ou 'portal sensorial' ou 'porta' de consciência imaculada. Posteriormente é visto como não sendo mais especial ou último do que uma cor, um som, uma sensação, um cheiro, um pensamento, os quais revelam suas próprias vivacidades brilhantes e luminosidade. O mesmo sabor de EU SOU agora é estendido a todos os sentidos. Agora você não sente isto, você apenas reconheceu a luminosidade da porta da Mente/pensamento. Então a sua ênfase é no sem forma, sem cheiro, e assim por diante. Depois de anatta é diferente, tudo é do mesmo sabor vazio e luminoso.

E o 'EU SOU' da porta da mente não é mais diferente do que qualquer outra porta sensorial, é diferente apenas porque é uma manifestação 'diferente' de diferentes condições, assim como um som é diferente de uma visão, um cheiro é diferente de um toque. Claro, a porta da Mente é inodora, mas isso não é diferente de dizer que a porta da visão é inodora e a porta do som é sem sensação. Isto não implica algum tipo de hierarquia ou prioridade de um modo de saber sobre outro. Eles simplesmente são portais sensoriais diferentes, mas igualmente luminosos e vazio, igualmente natureza Búdica." – Soh, 2020

Leia também: [http://www.awakeningtoreality.com/2018/12/the-tendency-to-extrapolate-universal.html]

Conselho relacionado do Estágio 5 (Anatta) seção:

"Quando a consciência experimenta o "sentido puro de "EU SOU", sobrecarregada pelo momento transcendental sem pensamentos do Ser, a consciência se apega aquela experiência como sua identidade mais pura. Ao fazer isso, ela sutilmente cria um 'observador' e falha em enxergar que o 'Sentido Puro da Existência' não é nada além de um aspecto da pura consciência relacionado ao reino do pensamento. Isto por sua vez serve como uma condição karmica que impede a experiência de consciência pura que surge de outros objetos-sentidos. Estendendo-o aos outros sentidos, há um ouvir sem um ouvinte e ver sem um observador -- a experiência de Puro Som-Consciência é radicalmente diferente da Pura Visão-Consciência. Sinceramente, se nós somos capazes de desistir do 'eu' e substituí-lo com "Natureza Vazia", a Consciência é experienciada como não-local. Não há um estado que seja mais puro do que outro. Tudo é apenas Um Sabor, a Presença Múltipla.

O 'quem', 'onde' e 'quando', o 'eu', 'aqui' e 'agora' precisam ultimamente ceder a experiência de transparência total. Não retorne a uma fonte, apenas a manifestação é o suficiente. Isto se tornará tão claro que a transparência total será experimentada. Quando a transparência total se estabiliza, o corpo transcendental é experienciado e o dharmakaya é visto por toda parte. Isto é a felicidade do samadhi de um Bodhisattva. Esta é a fruição da prática." - John Tan, 2006, [3) Natureza Buddhica NÃO É "Eu sou"]http://awakeningtoreality.blogspot.com/2007/03/mistaken-reality-of-amness.html

(artigo recomendado para praticantes que realizaram EU SOU)

...

"A chave que leva ao puro saber é trazer o sabor da presença para as 6 entradas e saídas. Para que o que é visto, ouvido, tocado, provado sejam permeados por um profundo senso de cristalino, radiância e transparência. Isto requer ver através do centro." –Thusness/John Tan

...

"Será aconselhável dar um passo atrás para re-visitar e re-experimentar cada uma das 6 portas sensoriais. Para cultivar um pouco no aspecto de estar 'nu' para todos os sentidos. Experimente quanta vivacidade for possível e adquira clareza no aspecto luminoso primeiro. Tato, paladar, olfato e audição... são todos igualmente vívidos quando comparados com a visão. Experimente a textura e o tecido da consciência. O resto das condições que fazem surgir o não-eu virão mais tarde. :) Não há entrada 'voluntária' na não-dualidade, crie condições suficientes, isto é tudo. :)" - John Tan, 2007

Este aspecto virá pela prática de Vipassana, veja o Vipassana de John -

[https://awakeningtoreality.blogspot.com/2018/12/thusnesss-vipassana.html]

e Vipassana - [https://awakeningtoreality.blogspot.com/2018/09/vipassana.html]

#### **Os Quatro Aspectos de EU SOU (é altamente recomendado ler o artigo completo depois de realizar EU SOU:http://www.awakeningtoreality.com/2018/12/four-aspects-of-i-am.html):

Para progredir depois da realização de EU SOU, Thusness me ensinou sobre o aprofundar do "EU SOU" em 4 aspectos: 1) o aspecto da impessoalidade, 2) o aspecto do grau da luminosidade, 3) o aspecto da dissolução a necessidade de re-confirmar e habitar em EU SOU e entender porque tal necessidade é irrelevante, 4) o aspecto de experienciar a ausência de esforço (Thusness: qualquer forma de apego, seja ela Eu/eu ou Presença, impedirá o praticante de experimentar corretamente 'ausência de esforço')

Ao focar nestes quatro aspectos de EU SOU, então mais tarde indo mais fundo nos dois tipo de contemplações não-dualísticas, eu fui capaz de progredir rapidamente para não-dualidade e percepção de anatta.

"4 aspectos estão simplesmente te encaminhando rumo a não-dualidade quando você está na fase de presença última". – John Tan, 2020

"Você também deve entender que os quatro aspectos são comunicados a você para que caso você se perca no "EU sou", eles podem te levar de volta par o insight mais profundo de anatta e OD [Originação Dependente]." - John Tan, 2011

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