Estágio 5(Anatta)

(Comentários por Soh: Para desencadear a realização de Anatta, foque em contemplar no modo vipassana direto veja [http://www.awakeningtoreality.com/2018/12/thusnesss-vipassana.html]e [https://vimeo.com/250616410] ] os dois versos seguintes de anatta e o Bahiya Sutta. Também uma nota rápida nos dois versos de anatta: até no Estágio 4 de Thusness, John Tan teve um insight de avanço para o 1° Verso de anatta, contudo não era um insight completo e estabilizado de anatta. O profundo insight estabilizado em anatta e completa penetração do eu/Eu aconteceu para ele em 2 a 3 anos [por volta do ano 2000] depois de um progresso inicial em 1997, antes do qual ele estava flutuando entre mente una e não mente por algum tempo.)

1° Verso de John:

Há o pensar, nenhum pensador

Há o ouvir, nenhum ouvidor

Há o ver, nenhum observador

2° Verso de John:

No conscientizar, apenas o conscientizado

No ouvir, apenas sons

No ver, apenas formatos, formas e cores

Bahiya Sutta:

No que é visto, há apenas o visto

No ouvir, há apenas o que é ouvido

No sentido, há apenas o que é sentido

No que é pensado, há apenas o que é pensado.

Portanto você deve ver que

de fato não há nada aqui;

assim, Bahiya, é como você deve treinar.

Já que, Bahiya, há para você

no ver, apenas o visto

no ouvir, apenas o ouvido

no sentir, apenas o sentido

no conscientizado, apenas o conscientizado

e você perceberá que não há coisa nenhuma aqui,

você irá portanto ver que

de fato não há coisa ali.

Ao ver que não há coisa ali,

você perceberá que

você está portanto localizado nem no mundo disto,

nem no mundo daquilo,

nem em lugar algum

no meio dos dois

Somente isso é o fim do sofrimento." (ud. 1. 10)

- Também veja comentários e artigos no:[http://awakeningtoreality.blogspot.com/2008/01/ajahn-amaro-on-non-duality-and.html]

Relacionado:

[www.awakeningtoreality.com/2010/10/my-commentary-on-bahiya-sutta.html]

[https://www.emptyskysangha.com/talks-and-essays/the-sutta-about-bahiya-part-2-feb-12-2005]

Eu amo este ensinamento do Buddha para Bahiya porque este ensinamento foi aquele que me levou até a minha realização súbita e entrada no Grande Caminho, no qual não é um fim em si mesmo mas o caminho rumo à prática-iluminação/realização espontânea e contínua:

"Então nós continuamos com o encontro de Bahiya com o Buddha e a resposta de Buddha para a súplica urgente de Bahiya para ensiná-lo como entrar verdadeiramente no Grande Caminho da liberdade e felicidade. Lembre-se que embora Bahiya tenha procurado o Buddha como resultado de uma dúvida profunda e a realização de que ele não está livre e nem praticando de uma forma que leva a liberdade, ele está completamente maduro para receber um ensinamento que irá transformá-lo totalmente Ele largou literalmente tudo, esvaziou a si mesmo de tudo exceto de sua urgência completamente focado no despertar. O Buddha vai de encontro a sua simples abertura com uma resposta simples e poderosa:

"Bahiya, assim é como você deve treinar: Sempre que você ver uma forma, simplesmente veja; sempre que você ouvir um som, simplesmente ouça; sempre que você sentir um gosto, apenas sinta esse gosto; sempre que você sentir uma sensação simplesmente sinta; sempre que um pensamento surgir, deixe-o ser simplesmente um pensamento. Então "você" não existirá; sempre que"você" não existir, você não será encontrado neste mundo, noutro mundo ou no meio. Isto é o fim do sofrimento."

Existem pelo menos duas abordagens para entender esse ensinamento. A primeira é seguir minuciosamente apenas o que o Buddha diz; que isto é uma abordagem para treinar a mente e treinar a vida do indivíduo; um ensinamento para ser praticado e trabalho como um processo. Bahiya entendeu isso em um único abalo profundo que ele engole por inteiro, digere instantâneamente e é completamente desperto.

A maioria de nós tem que trabalhar nisso como uma prática por muito tempo, mas nós não sabemos por quanto tempo Bahiya trabalhou sozinho para chegar até esta posição, disponível para este encontro. E de fato não importa se nós cultivamos gradualmente e despertamos subitamente, ou despertamos subitamente seguido por cultivo gradual. Na verdade ambas não são apenas verdadeiras, juntas abrangem toda a vida da prática-realização.

...

Ver, ouvir, sentir, tocar, saborear; tudo acontecendo de uma vez sem discriminação, preferência ou escolha. Todas as portas sensoriais completamente abertas, acolhedoras, receptivas, alertas, completamente vivas. Para que o escutar seja com todo o corpo/mente; cada poro de nossa pele, cada pelo no nosso corpo, um único campo integral, receptivo e vivo de escutar. Nisto não há "quem", há? Nenhum "eu" ouvindo, existe? Verifique por si mesmo. Pode ser um pouco escorregadio para pegar, porque quando "você" está apenas ouvindo, vendo, tocando, provando, cheirando; pode não haver ninguém lá para gravar ou refletir na experiência; nenhum "você" lá! Veja o que acontece quando você percebe que há uma separação do que é; quando a mente deseja que isto seja de alguma outra forma de como simplesmente é. O que acontece no momento de simplesmente ver a separação? O que acontece quando você viaja pela estrada da mente e há uma visão repentina disto? Havia um "você" naquele momento de consciência? E se ver é despertar? O que está ouvindo está despertando? E se for tão simples e óbvio assim? Então você pode estar se perguntando o que você está fazendo aqui neste retiro! O que acontece se existir apenas a consciência deste pensamento? Esta é a prática do despertar, mas pode ser mais preciso dizer que na verdade é o despertar que está nos praticando!

- Douglas Phillips, Sangha do Céu Vazio

...

"A explicação mais direta e sucinta de anatta é que não há um verdadeiro observador das visões, nenhum verdadeiro ouvinte de sons, etc., nem um verdadeiro ponto de referência interno, ou sujeito, que está apreendendo essas supostas referências, ou objetos." – Kyle Dixo, 2020

...

O que o Buddhismo quer dizer quando dizem que não há um eu?

Kyle Dixon: A ausência de eu significa que em última instância não há um sujeito verdadeiro, o que significa que não um verdadeiro ponto de referência interno que apreende os fenômenos sensoriais.

Ao descrever isto de forma simples, quer dizer que esperançosamente, ao longo da sua prática você irá, eventualmente despertar para reconhecer que não há um verdadeiro observador de visões, nenhum ouvinte de sons, e assim por diante. O sentimento de um observador ou ouvinte, etc interno, é um útil, porém falso construto que é criado e fortificado por várias causas e condições.

Nós sofremos quando nós nos apegamos a esse construto e pensamos que ele é real de fato. O reconhecimento da verdadeira natureza desse construto é libertador."

...

Soh: Alguém que perceba que Anatta terá uma mudança de paradigma clara como o dia. Anatta é a realização de que nunca houve uma [verdadeiramente existente] mente/Mente/Consciência/Brahman/Presença/Realidade Última/etc etc. Mente, Consciência, Enxergar, etc. Todos estes são apenas convenções para a aparência contínua. Simplesmente não há observador-observando-observado. Alcançando tal realização, o indivíduo simplesmente para de projetar uma substância última ou substratum. Eu me lembro do momento logo após anatta, havia sido uma mudança bem óbvia. Eu não via mais a consciência como 'substância' sustentando todas as aparências. Em vez disso, 'consciência' é apenas o mero evento e manifestação acontecendo ou originado de forma dependente sem agente, não há sequer um único pensamento sobre 'consciência', apenas o evento/manifestação auto-luminoso acontecendo ou sem brecha e aparecendo não dualmente sem distância, isso é tudo. Nenhum eu/Ego ou fonte estática e substratum ou realidade por baixo de tudo. Completamente dinâmico e descentralizado e ilimitado e desatado além/livre da estrutura tríplice de sujeito-ação-objeto, observador-observando-observado. Como eu havia escrito antes, até a noção de que 'consciência modula assim como tudo' cai por terra. Isso tudo pode ser encontrado nas minhas entradas no meu jornal virtual logo após minha realização de anatta. Na Fase 5, os reflexos são o espelho e não há espelho além dos reflexos/contínua manifestação/refletindo (o que quer que surja está Presenciando com nenhuma Presença além daquelas cores, sons, sensações, fragrâncias, gostos, pensamentos), nada imutável ou independente e que se auto-sustenta, nenhuma necessidade de uma essência metafísica. A percepção de ser uma essência metafísica última e imutável, fonte e substratum é substituída por manifestação pura e começa-se a penetrar na Originação Dependente como o mecanismo da pura manifestação (veja Estágio 6).

O Estágio 5 precisa quebrar a perspectiva de eternalismo. Não há Espelho imutável que está separado (como o EU SOU/fase da Testemunha Eterna), ou até mesmo unido com os reflexos (como no Estágio 4/não dualismo substancial). Reflexos por si só são o espelho(espelhar) Presença (presenciar) sem um espelho ['espelhante']. Não há agente, nem fonte, nem experimentador, pensador, ouvidor, observador, etc. (Primeiro verso) E não apenas isto, enxergar é apenas cores, não enxergar, ouvir é apenas sons, não ouvir. (Segundo verso). E isso significa que até mesmo o EU SOU/Mente sem Forma Presença/Clara e Sutil Luz que amanhece na morte, etc, é apenas outra reflexão/manifestação/aparência vazia sem ser um refletor. Presenciar é sempre apenas aparência depois de aparência. Não há absolutamente nenhum substratum, nenhuma base, nada por trás das aparência, seja o que for.

...

"Basicamente a diferença entre o Estágio 4 e Estágio 5 de Thusness é que no Estágio 4, há a visão de que a consciência é a substância imutável que só pode experimentar a si mesma de várias formas e modulações.

Estágio 5 é a realização de que o trovão e o flash (nenhum trovão jamais existiu separado do flash), vento e assoprar (não há vento separado do assoprar), simplesmente não há consciência separada da manifestação, nenhum observador-observando-observado, dicotomia de agente-ação... então a partir daí substitui-se a perspectiva de uma fonte, substratum, substância, e continua a penetrar na O.D., manifestação total e vazio.

Em particular, a realização importante para superar esta visão de eu inerente é a realização de que Desde Sempre, nunca houve/há um eu - no ver sempre apenas o visto, a paisagem, formas e cores, nunca um observador! No ouvir, apenas tons audíveis, nenhum ouvinte! Apenas atividades, nenhum agente! Um processo de originação dependente desenrola a si mesmo e conhece... nenhum eu, agente, observador, controlador naquele lugar.

É esta realização que destrói a perspectiva de 'observador-observando-observado', ou 'Uma Consciência Nua' - 'consciência', 'enxergar', 'ouvir' são apenas rótulos para as sensações transitórias e aparências e sons não apontam para uma entidade imutável mas para uma correnteza em constante mudança de chuva, vento, nuvens, tomando forma e partindo momentâneamente...

Então ao passo que a investigação e os insights se aprofundam, é visto e experimentado que há apenas este processo de originação dependente, todas as causas e condições se juntando neste momento instantâneo de atividade, tal qual quando ao comer a maçã é como o universo comendo a maçã, o universo digitando essa mensagem, o universo ouvindo o som... ou o universo é o som. Apenas isto... é Shikantaza. Ao ver apenas o visto, no sentar apenas o sentar, e todo o universo está sentando... e não poderia ser de outra forma quando não há eu, nenhum meditador separado da meditação. Cada momento não pode "resistir" a não ser prática-iluminação... não é nem o resultado da concentração ou qualquer forma de esforço inventado... ao invés disso, é a autenticidade natural da realização, experiência e perspectiva em tempo-real. - Soh

...

Se alguém falar a respeito de uma experiência que ele/ela teve e então perdeu, isto não é (o verdadeiro, profundo) despertar... Como muitos professores expõem, é o grande samadhi sem entrada e saída.

John Tan: Não há entrada e saída. Especialmente para não-eu. Por que é que não há entrada e saída?

Eu (Soh): Anatta (não-eu) é sempre assim, não um estágio a ser alcançado. Então é sobre realização e mudança de percepção.

John Tan: Sim

Como John também costumava dizer para outra pessoa, "Insight de que 'anatta' é um selo e não um estágio precisa surgir para progredir adiante no modo 'sem esforço'. Isto é, anatta é a base de todas as experiências e sempre foi assim, nenhum eu. Ao ver, apenas o visto, no ouvir sempre apenas o som e no pensar, sempre apenas pensamentos. Nenhum esforço é necessário e nunca houve um 'eu'."

...

(Comentários por Soh: no link abaixo, a analogia da vela e da chama se fundindo é um exemplo de um vislumbre não-dual ou experiência sem realização, o Caso 1 ou não-dualismo substancial é parecido com o insight do Estágio 4 de Thusness onde não-eu mais tarde leva a tudo como subjetividade última ou tudo-é-eu, enquanto o Estágio 5 de Thusness é parecido com o Caso 2, com nenhum sujeito último a não ser o mero flow de fenomenalidade como um insight sobre o que já é sempre o caso)

[http://www.awakeningtoreality.com/2009/09/realization-and-experience-and-non-dual.html]

**Sobre Experiência Não-Dual, Realização e Anatta**

Eu apenas passei casualmente sobre algumas das suas discussões em fóruns. Discussões muito iluminadoras e boa exposição do meu 7-fases-do-insight mas tente não enfatizá-lo demais como um modelo; ele não deve ser tomado como um modelo definitivo da iluminação e você também não deve usá-lo como um framework para validar as experiências e insights dos outros. Simplesmente tome-o como um guia ao longo da sua jornada espiritual.

Você está certo em diferenciar experiência não-dual da realização não-dual e realização não-dual do insight de anatta. Nós discutimos isso várias vezes. Experiências não-duais no contexto que estamos utilizando refere-se a experiência de divisão não-sujeito-objeto. A experiência é bem parecida com colocar a chama de duas velas juntas onde a fronteira entre as chamas se torna indistinguível. Não é uma realização, mas simplesmente um estágio, uma experiência de unidade entre o observador e o observado onde a camada conceitual que divide é temporariamente suspensa em um estado meditativo. Isto você experimentou.

Realização não-dual por outro lado é uma compreensão profunda que surge de ver através da natureza ilusória de da divisão de sujeito-objeto. É um estado natural não-dual que resultou de um insight que surge depois de rigorosa investigação, desafio e um período prolongado de prática que é focado especialmente em 'Não-Eu'. De alguma forma, focar no "Não-Eu" vai acender um senso de sacralidade em relação aos fenômenos fugazes e transitórios. O senso de sacralidade que foi uma vez monopólio do Absoluto agora também é encontrado no Relativo. O termo 'Não-Eu' como o Zen-Koan pode parecer críptico, sem sentido ou ilógico mas quando realizado, é na verdade obviamente claro, direto e simples. A realização é acompanhada com a experiência de que tudo está sendo dissolvido em um dos dois:

1. Um Sujeito último ou

2. Como mero 'fluir da fenomenalidade'

Em qualquer caso, ambos conjuram o fim da separação; na experiência não há senso de 'dualidade' e a experiência de unidade pode ser bem opressiva inicialmente, mas eventualmente perderá a sua grandiosidade e as coisas se tornam bem ordinárias. Não obstante, independente de se o senso de Unidade é derivado da experiência de 'Tudo como Eu' ou 'simplesmente como apenas manifestação', é o início do insight de "Não-Eu". O anterior é conhecido como Mente-Una e o seguinte, Não-Mente.

No Caso 1 é normal que praticantes continuem a personificar, reificar e extrapolar uma essência metafísica de uma maneira muito sutil, quase imperceptível. Isto é porque apesar da realização não-dual, a compreensão ainda é orientada a partir de um ponto de vista que é baseado na dicotomia de sujeito-objeto. Como tal é difícil de detectar essa tendência e os praticantes continuam a sua jornada de construir o seu entendimento de 'Não-Eu baseado no Eu'.

Para os praticantes do Caso 2, eles estão em uma posição melhor para apreciar a doutrina de anatta. Quando o insight de Anatta surge, todas as experiências se tornam implicitamente não-duais. Mas o insight não é simplesmente sobre enxergar através da separação; é sobre cessar completamente a reificação para que então haja um reconhecimento instantâneo de que o 'agente' é extra, na experiência de fato ele não existe. É uma realização imediata de que a realidade da experiência sempre foi assim e a existência de um centro, uma base, uma fundação, uma fonte sempre foi suposta.

Para amadurecer essa realização, até mesmo a experiência direta da ausência de um agente se mostrará insuficiente; também precisa haver uma total mudança de um novo paradigma em termos de perspectiva; nós precisamos nos libertar de estarmos ligados a ideia, a necessidade, o impulso e a tendência de analisar, enxergar e entender o nosso momento a momento da realidade que experienciamos a partir de uma fonte, uma essência, um centro, um local, um agente ou um controlador e repousar completamente sobre anatta e Originação Dependente.

Portanto essa fase do insight não é sobre cantar eloquentemente a natureza não-dual de uma Realidade Última; Ao contrário, é julgar essa Realidade Última como irrelevante. Realidade Última parece relevante apenas para uma mente que está presa a ver as coisas inerentemente, uma vez dissolvida essa tendência, a ideia de uma fonte será vista como falha e errônea. Portanto para ter a experiência completa da amplitude e profundidade de não-eu, os praticantes precisam estar preparados e dispostos a desistir de todo o framework de sujeito-objeto e estar aberto a eliminar completamente a ideia de uma 'fonte'. Rob expressou esse ponto muito habilidosamente na sua palestra:

"[Uma vez o Buddha foi até um grupo de monges e ele basicamente disse para eles não enxergarem a Consciência como A Fonte de todas as coisas.](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2009/09/two-sutras-teachings-of-buddha-on.html) Então essa percepção de haver uma consciência vasta e tudo apenas aparece disso e desaparece de volta nisso, mesmo isso sendo muito bonito, ele os disse que na verdade essa não é uma forma habilidosa de enxergar a realidade. E este é um sutta muito interessante, porque é um dos únicos suttas onde no final não é dito que os monges se regozijaram nas suas palavras.

O grupo de monges não queria ouvir isto. Eles estavam muito felizes naquele nível de insight, amável como era, e ele diz que os monges não se regozijaram nas palavras do Buddha. (risada) E de forma parecida, o indivíduo se depara com isso como um professor, eu preciso dizer. Esse nível é tão atrativo, ele tem tanto o sabor de algo último, que frequentemente as pessoas estão inabaláveis nele."

Então qual é a perspectiva que Buddha está se referindo sem recorrer a uma 'fonte'? Eu acho que o post por Vajrahridaya no thread [‘O que torna o Buddhismo diferente’](https://app.box.com/s/5s79mg60w25ir9hwnnnm2wg1feslu6rh) do seu forum expressa essa perspectiva suscintamente e concisamente, ele foi bem escrito. Disto isso, lembre-se de regressar infinitamente de volta neste vívido momento presente de manifestação – como este pensamento que surge, como esse cheiro passageiro – Vazio é Forma. :)

...

Não há ouvinte, apenas som

Não há observador, apenas formas, formatos, e cores

Não há aquele que sente, apenas sensações

Não há pensador, apenas pensamentos

Não há observador, apenas experiência

...

"Quando a consciência experimenta o senso puro de "EU SOU", sobrecarregada pelo momento transcendental sem pensamentos de Ser, a consciência se apega a esta experiência como sua mais pura identidade. Ao fazê-lo, ela sutilmente cria um 'observador' e falha em ver que o 'Puro Senso de Existência' não é nada além de um aspecto de consciência pura relacionado ao reino do pensamento. Isto, por sua vez, serve como condição karmica que impede a experiência de consciência pura que surge de outros objetos-sentidos. Estendendo-o para outros sentidos, não há ouvir sem um ouvinte e ver sem um observador -- a experiência de Puro Som-Consciência difere radicalmente Pura Visão-Consciência. Sinceramente, se nós formos capazes de desistir do 'eu' e substituí-lo com "Natureza Vazia", a Consciência será experimentada como não-local. Não há um estado que é mais puro do que outro. Tudo é apenas Um Gosto, a multiplicidade de Presença.

O 'quem', 'onde' e 'quando', o 'eu', 'aqui' e 'agora' precisam ceder a experiência de transparência total em última instância. Não recorra de volta a uma fonte, apenas a manifestação é suficiente. Isto se tornará tão claro que a transparência total é experimentada. Quando a transparência total é estabilizada, o corpo transcendental é experienciado e o dharmakaya é visto em todo lugar. Isto é a felicidade do samadhi do Bodhisattva. Esta é a fruição da prática." – John Tan, 2006, [3) Natureza Buddhica NÃO é "eu sou"](http://awakeningtoreality.blogspot.com/2007/03/mistaken-reality-of-amness.html)

...

"A chave rumo ao puro conhecer é trazer o gosto da presença nas 6 entradas e saídas. Para que então o que é visto, ouvido, tocado e saboreado seja permeado por um profundo senso de cristalinidade, radiância e transparência. Isto requer enxergar através do centro." – Thusness/John Tan

"Será aconselhável dar um passo para trás para re-visitar e re-experimentar cada uma das 6 portas sensoriais. Para cultivar um pouco no aspecto de ser 'vazio' para todos os sentidos." Experimente tanta vividez quanto for possível e tenha clareza no aspecto luminoso da consciência primeiro. Toque, gosto, cheiro e som... são todos igualmente vívidos quando comparados com a visão. Experimente a textura e o tecido da consciência. O resto das condições que dão origem ao não-eu virão depois. :) Não há entrada 'voluntária' em não-dualidade, crie condições suficientes, isso é tudo. :)" - John Tan, 2007

Este aspecto virá com a prática de Vipassana, veja o Vipassana de John -[https://awakeningtoreality.blogspot.com/2018/12/thusnesss-vipassana.html]

e Vipassana - [https://awakeningtoreality.blogspot.com/2018/09/vipassana.html]

Um conselho que eu dou com frequência no qual pela minha experiência é um método altamente efetivo para realizar não-eu: "passe horas de qualidade (ou qualquer quantidade de tempo que você puder arranjar) todo dia praticando estar nu em consciência (seja em meditação sentada ou em movimento), o que quer dizer ouvir os sons tão claramente quanto o possível em clareza imaculada vividez... observe/experimente os detalhes mais minuciosos das sensações em sua clareza cristalina e vivacidade, as visões, cheiros, gostos, toques. Então contemple e perceba o fato de que "não há experimentador por trás da experiência, apenas a experiência" ou "no ver, apenas as formas, cores, formatos, nenhum observador"... eventualmente isto pode levar a experiência não dual e insight." – John Tan

...

Há apenas som

Geovani Geo escreveu:

Nós ouvimos um som. O condicionamento imediato profundamente embutido diz, "ouvindo". Mas há uma falácia ali. Há apenas som. Em última instância, não há ouvinte e nem ouvir. O mesmo com todos os outros sentidos. Um observador centralizado ou expandido ou zero-dimensionalmente inerente. Ou nem um conscientizador, isto é uma ilusão.

Thusness/John Tan: Muito bom.

Significa que ambas as estrofes são claras.

Ao ouvir, nenhum ouvinte.

No ouvir, apenas som. Nenhum ouvir.

No momento da sua iluminação, o Mestre Zen Hangpo disse, "Quando eu ouço o som do sino tocando, não há sino, e também nenhum eu, apenas o som-tocando."

...

"Bom insight. Estabilidade da experiência tem uma relação previsível com o desenrolar e aprofundamento dos insights. Por exemplo o quão perfeita e sem esforço a experiência não-dual pode ser, se no fundo da mente, visões sutis de dualidade e inerência e tendências continuam a emergir e afetar a nossa experiência momento a momento - por exemplo conjurando uma fonte imutável ou mente que resulta em uma tendência perpétua a afundar de volta e referenciar a experiência de volta a uma fonte.

Por exemplo, mesmo depois de se perceber que tudo é uma manifestação da consciência ou mente, ainda podem haver tendências sutis referindo-se de volta a uma fonte, consciência ou mente e portanto a transitoriedade não é apreciada por completo. Não dualidade é experimentada mas o indivíduo se afunda de volta em não dualidade substancial - há sempre uma referência de volta a base, uma "consciência" que mesmo assim é inseparável de todos os fenômenos.

Se no indivíduo surge o insight de que nossas ideias de uma fonte imutável, consciência ou mente é apenas outro pensamento - que há simplesmente pensamento após pensamento, visão atrás de visão, som atrás de som, e não há "consciência", "mente", "fonte" inerente ou imutável . A Não-dualidade se torna implícita e sem esforço quando há a realização do que consciência, enxergar, ouvir realmente é, é apenas o visto... O ouvido... A transitoriedade... A transitoriedade rola por si mesma e sabe sem nenhum conhecedor ou outra "consciência” não pode ser encontrada. Assim como não há rio separado do fluir, nenhum vento separado do soprar, cada substantivo implica no seu verbo... Similarmente a consciência é simplesmente o processo de conhecer não separado do conhecido. A paisagem vê, música ouve. Porque não há nada imutável, independente, último separado da transitoriedade, não há mais o afundar de volta a uma fonte e em vez disso há um conforto completo descansando como a transitoriedade em si mesma."

Por fim, continue praticando a intensidade da luminosidade... Quando olhar a bola de tênis apenas sinta a bola de tênis completamente... Sem pensar em uma fonte, plano de fundo, observador, entidade. Apenas a bola de tênis como luz luminosa. Quando respirar... Apenas o respirar... Quando enxergar a paisagem, apenas a vista, formatos e cores - intensamente luminosos e vívidos sem um agente ou observador. Quando ouvir música... Som dos pássaros chilreando, os grilos... Apenas isto - Um mestre zen notou em seu despertar... Quando eu estou ouvindo o sino soando, não há Eu e nem sino... apenas o soar. A experiência direta de não-mente e intensidade da luminosidade... Este é o propósito da prática das quatro bases da atenção plena que foi ensinada pelo Buddha." - Soh , 2011

...

"Agora com o seu insight atual e compreensão, qual deve ser a abordagem correta para acabar com esse resquício de senso de eu? A sua prática sempre deve ser a realização, experiência e perspectiva. A sua experiência precisa refinar [se] como o lugar onde não há quente ou frio". A sua visão de anatta precisa se estender para o que quer que surja. A sua realização precisa estender o seu anatta até originação dependente." - John Tan, início de 2011"

Por enquanto, você não deve se distrair com os estágios dos insights (sunyata ou o que quer que seja) mas seja radical e não deixe rasto de "eu" pois a inclinação de largar completamente (o eu) surgiu. Dê uma olhada nisto se você ainda não o fez:[http://awakeningtoreality.blogspot.com/2011/11/where-there-is-no-cold-or-heat_27.html]

**Um monge perguntou a Tozan, "Quando o frio e o calor vem, como nós podemos evitá-los?"

**Tozan disse, "Por que você não vai até o lugar onde não há frio ou calor?"

**O mong disse, "Qual é o lugar onde não há frio ou calor?"

**Tozan disse, "Quando está frio, o frio te mata; quando está quente, o calor te mata."

Esse não é um conselho para "aceitar" a sua situação, como alguns comentaristas sugerem, mas uma expressão direta de prática autêntica e iluminação. O Mestre Tozan não está dizendo "Quando estiver frio, trema; quando estiver quente, soe," nem está dizendo, "Quando estiver frio, coloque um sweater; quando estiver quente, use um ventilador." No estado de prática autêntica e iluminação, o frio te mata, e há apenas o frio em todo o universo. O calor te mata, e há apenas calor em todo o universo. A fragrância do incenso te mata, e há apenas a fragrância do incenso em todo o universo. O som do sino te mata, e há apenas "boooong" em todo o universo...

~O Sutra da Mesa de Louie Wing, Ted Biringer

...

[https://www.liberationunleashed.com/resources/articles/direct-experience/]

O catalisador mais importante para desencadear o Despertar para não-eu é investigar a nossa Experiência Direta. Experimente Diretamente o que é percebido, aqui e agora. Nós podemos dividir habilidosamente a experiência Direta, em 3 aspectos principais para o propósito de investigação:

1) pensamento

2) sensações

enxergar

ouvir

cheirar

saborear

sentir [tátil + cinestésico]

3) um inconfundível senso de Estar Vivo

(presença, ser)

A ilusão de separação é sustentada por uma correnteza de pensamentos auto-referentes que se baseiam em condicionamentos passados. O ponto de referência mais comum é um centro criado pelo pensamento referido como "eu" / "mim" / "ego". Não existe tal centro, e aqueles auto-rótulos referem-se apenas a outros pensamentos, ou a algum outro aspecto da Experiência.

Ao se referir a experiência Direta, o indivíduo é capaz de desconstruir quaisquer suposições de separação ou eu, e ver que há apenas uma Experiência. Podem haver pensamentos sobre a Experiência que conceitualmente dividem certos aspectos da Experiência em um "eu" e outros aspectos em "o mundo externo", mesmo esses pensamentos também são parte da Experiência, e como tal há APENAS Experiência.

Há uma suposição de que há um experimentador que experimenta. Isto é propagado por uma crença, como expressado por um pensamento tal como "eu experimento". Nós investigamos isso na e. D. ao procurar por este "eu". Há um "eu" separado, ou há apenas uma Experiência de que o pensamento conceitualmente divide como tal: "eu" + "o que é experimentado?"

Há uma suposição de que há um observador que percebe. Isto é propagado por uma crença, expressada por um pensamento tal qual "Eu sou o percebedor". Nós investigamos isto na e.D. ao procurar por este percebedor. Nós podemos ver que não há tal coisa como um percebedor, apenas uma percepção e pensamento dividindo-a em um "eu" +"corpo" + "percepção através dos sentidos".

Um som é ouvido, então há um pensamento "eu ouço um som". Nós podemos investigar e ver que não há ouvidor de sons, apenas som. Se há algo sentido e presumido ser o ouvidor, um eu, essa coisa é algo mais além de outras sensações? ou esse senso de Estar Vivo? Ou outro pensamento?

"Eu sinto meu corpo contra a cadeira" um pensamento diz. Então, nós investigamos a e.D. e vemos que há sensações que por hábito são rotuladas "corpo" e outras sensações que nos referimos como "sentir a cadeira contra o corpo". Quando nós investigamos onde está esse "eu" que reivindica essas sensações, ele não pode ser encontrado, pois há outro pensamento auto-referenciado, algumas sensações ou outro aspecto da Experiência.

Nós podemos pegar um objeto, e olhar para ele. Nós podemos dizer "Eu estou olhando para um objeto". Então nós testamos essa conclusão para ver se ela se correlaciona com E.d., e o que nós encontramos é que há uma sensação de ver, e talvez algumas sensações que nós normalmente rotulamos 'cabeça' ou 'olhos', ou até mesmo outro sentimento-sensação rotulados "corpo". Um pensamento pode surgir com a conclusão de que estes são inerentemente separados, e que um é "eu" e o outro é "o que é observado". Quando nós testamos isso nós vemos que nunca há um "eu" olhando, nunca um observador, nunca alguém que vê. Há apenas o ver, apenas o sentir, apenas o Experimentar. Nós podemos dizer simplesmente a Experiência experimentando a si mesma.

Nós olhamos no fundo da Experiência, e vemos que as suposições de separação, ego, "eu", percebedor ou um experimentador são apenas referências a Experiência. Nunca há um objeto verdadeiramente separado, apenas a percepção de tal, e pensamentos rotulando-o. Nós desconstruimos todas essas suposições de haver um observador, ou alguém que vê, ou ouvinte, e descobrimos que há apenas Experiência, nunca uma entidade separada de fato.

É possível que haja apenas Experiência, sem experimentador separado?

...

Guy Armstrong, Vazio: Um Guia Prático

NENHUM EU NA VOLIÇÃO

Certamente nós esperaríamos encontrar um "eu" em um ato de volição. Quem decide agir? Quem faz uma escolha? Mas se nós olharmos de perto uma simples ação, nós vemos que uma multiplicidade de fatores convergem para realizá-la. Digamos que estejamos sentados em uma sala sentindo um pouco de frio e decidimos estender um xaile sobre o nosso colo. Em um relato normal, isso é tudo o que há para dizer: “Eu senti frio, então coloquei um xale." Mas se observarmos mais de perto, com os olhos da atenção plena meditativa, nós vemos que há mais passos no processo.

Primeiro há o reconhecimento de que o indivíduo está sentado (atenção plena do corpo). Então em algum momento há a sensação (contato) que nós reconhecemos como frio (percepção). Frio é sentido como desagradável (tom da sensação), e há uma reação de aversão (formação volitiva). Não vendo a reação de forma atenta (delusão), nós não paramos para investigar o tom da sensação ou formação, mas nos distraímos (início da proliferação) com uma leve reclamação da voz interior, "Eu estou começando a sentir frio," e talvez nós sintamos um pequeno calafrio (sensação). Talvez alguma percepção de "calor" então surja, se por sentir uma parte do corpo que está bem coberta ou por lembrar de como era a sensação na sala quando nos sentamos. Baseado na percepção de calor, um desejo (formação) surge para experimentar o ser aquecido (sensação com tom de sensação agradável). Assim como a aversão anterior não foi vista conscientemente como algo a ser investigado, assim o desejo por aquecimento também não é visto atentamente ou investigado. Baseado no desejo por calor e um toque de delusão (falta de atenção plena), uma memória surge do xale estendido no sofá. Baseado no desejo e memória, uma volição surge nós viramos a nossa cabeça para ver o xale ao lado no sofá (percepção). Depois surge o impulso (volição) de alcançar o xale e cobrir o nosso colo com ele (ação) — o que então nós fazemos.

Em toda essa corrente de causas e efeitos ligados, nunca há um agente separado ou eu. Em vez disso, há diálogo de vai-e-vem entre o corpo, percepção, tons de sentimentos, aversão, desejo, volição e ação. volição é apenas outro fator da mente que surge baseado em condições e causas anteriores. Ela então leva a ação, nesse caso, do corpo. Pode ser muito tentador se identificar com volição: "Eu decidi pegar" ou "eu peguei". Mas quando nós vemos a natureza momentânea de todos os fatores surgindo e desaparecendo, nós vemos que não há continuidade para a volição também. Ela também surge, faz o seu trabalho, e vai embora.

...

[http://www.awakeningtoreality.com/2018/12/fully-experience-all-is-mind-by.html]

[Soh Wei Yu](https://www.facebook.com/cyberlogy?fref=ufi) Não apenas anatta, mas o indivíduo precisa perceber a Originação Dependente. Isto é, da prova direta do Coração/Mente em qualquer manifestação, o indivíduo também intui a cadeia de dependências envolvidas na manifestação total de dada manifestação. O verde é a consciência-visual pura, ele não 'está lá' ou 'aqui' ou 'em qualquer lugar', não é produzida por si, nem produzida por outro, mas aparece devido a condições. Também não é que tudo seja 'uma consciência' - pura-consciência-visual/manifestação-verde é uma peculiar-instância-consciência de acordo com uma dada condição, a experiência de música, a sensação da mão pressionando contra um objeto, são todas amostras peculiares/consciências-instâncias. E assim como 'clima' é meramente um nome para quando certos padrões aparecem os quais então chamamos 'chuva, nuvem, vento, brilho do sol' (estes também são meros rótulos), 'consciência' não é uma única entidade estática imutável nem mesmo uma entidade 'se transformando em várias' (como se o clima fosse alguma 'entidade' pré-existente ou auto-existente que se transforma em várias formas, ao invés de mero rótulo denotando todo o fluir de agregados e formações) mas simplesmente um rótulo denotando todo o pacote ou agregado ou composto ou coleção ou pilha de agregados/amostras/manifestações auto-luminosos. Meros-nomes não significam que absolutamente nada existe, mas que as várias aparições que são as amostras vívidas de luminosidade não inferem a uma substancialmente existente [existindo pelo seu próprio lado, tendo sua própria essência, independente de condições, ou imutabilidade] entidade mesmo em termos de sujeito ou objeto, o que é o motivo de o esvaziamento de ambos levarem a concretização de talidade na forma descrita no Kalaka Sutta.

Sofrimento, aflições, também se manifestam por dependências. Alguns praticantes como AF [ensinamento da liberdade de fato] pensam que quando o eu está lá, aflições surgem, como se o 'sentidor' causasse o 'sentir' mas anatta e O.D. revelam que aflições/senso-de-eu/sofrimento se manifestam por vias de dependência e não está localizado ou armazenado em lugar nenhum nem é produzido por um sentidor (nunca houve um sentidor/agente/eu/Eu), a cadeia de dependências é o que está sempre envolvida em uma dada experiência na qual está sempre vazia de eu/Eu/agencia. Da mesma forma, 'Consciência'/'cores'/'gosto'/'sons'/'pensamentos', etc nunca residiram em nenhum lugar assim como o reflexo da lua na água nunca residiu 'dentro' da água, mas meramente se manifesta de uma forma ilusória devido às dependências -- quando a condição é, a manifestação é, consciência é - condição, manifestação e consciência são um e inseparáveis, nunca estão separados e nem eles estão 'interagindo' uns com os outros no caso de um espelho refletindo (estágio 4). É revelado que todos os fenômenos não são produzidos nem por um agente, nem pelo outro, não estão existindo por sua própria parte, e de fato são não-produzidos, não-originários, não-surgidos, devido a meramente aparecerem via condicionalidade.

Todos os termos que soaram como último, metafísicos e ontológicos agora se aplicam a Mente/Aparência mas de uma maneira não-inerente, não-metafísica e não-ontológica. O senso de quietude, imobilidade, não-surgimento que uma vez foi aplicado a uma Consciência inerente agora se aplica a Mente/Manifestação de uma maneira não-inerente. Como Nagarjuna disse e eu reitero, se o condicionamento/surgimento dos fenômenos não podem ser estabelecidos, como pode o incondicionado ser estabelecido [em contraste ao tão chamado fenômeno surgido/permanecido/desaparecido condicionalmente]? Então como Thusness escreveu muitos anos atrás, 'O próximo entendimento que você precisa ter depois de anatta e vazio é saber que todas as qualidade similares aquelas que são descritas e soam como ontológicas estão sempre se manifestando no presente, espontaneamente e sem esforço depois da purificação de anatta e dos insights do vazio.'

Todos os aparecimentos são 'ilusórios' não porque são 'mentalmente projetados' nem devido a estarem subsumidos a serem 'meras modulações de consciência' (como mente una) mas porque o que quer que apareça não é nada ali ou aqui ou em lugar nenhum, mas aparecendo por via de dependências em total esforço. O gosto da ilusão e do não surgimento indestrutível de uma determinada exibição de Mente/Coração auto-luminosa que é a manifestação total de O.D. devem ser complementados, -A e +A[http://awakeningtoreality.blogspot.com/.../a-and...]

E como Thusness escreveu em 2014,

John Tan Sábado, 15 de Novembro, 2014 às 8:42 am UTC +08

Na verdade, se você não enxerga OD [originação dependente], você não enxerga o Buddhismo. Anatta é apenas o início.

John Tan Sábado, 15 de Novembro, 2014 às 8:46 am UTC +08. Seja o próprio Buddha, Nagarjuna ou Tsongkhapa nenhum deles nunca ficou sobrecarregado e impressionado com a profundidade da originação dependente. É só que nós não temos a sabedoria para penetrar profundamente o suficiente nela.

John Tan Sábado, 15 de Novembro, 2014 às 8:54 am UTC +08. Se você vê originação dependente e vazio, então Advaita é um mundo à parte do Buddhismo, se você concretizar a sua visão em experiência não-dual, então ela é diferente de cima a baixo. Simplesmente observando a Consciência e não-eu, além da clareza vazia não-dual e clareza substancial da não dualidade, você não será capaz de distinguir muito.

John Tan Sábado, 15 de Novembro, 2014 às 8:56 am UTC +08. Então responda Mike Scarf a partir da perspectiva de OD e vazio.

John Tan Sábado, 15 de Novembro, 2014 às 9:07 am UTC +08. Apenas traga à tona a importância de OD. Mas o que foi escrito NÃO é a essência. A essência é a liberdade dos extremos de OD, a "natureza" da mente e dos fenômenos é realizada como originada dependentemente e vazia. Originação dependente é exatamente não-originação seja quando se enxerga as dependências da produção, designação, relações ou consciência imputada ou não. Experiências conceituais ou não conceituais, fenômenos permanentes ou impermanentes, fenômenos condicionados ou incondicionados, todos se originam dependentemente, vazios e não surgidos. Se alguém vê isto, como poderia ser Advaita....

...

[http://www.awakeningtoreality.com/2018/08/thrangu-rinpoche-on-nature-of-mind.html]

Thrangu Rinpoche:

No Vajrayana há um caminho direto para examinar a mente. Na vida cotidiana nós estamos habituados a pensar, "Eu tenho uma mente e eu percebo essas coisas." Ordinariamente, nós não olhamos diretamente para a mente e portanto não vemos a mente. Isso é muito estranho porque nós vemos as coisas e nós sabemos que estamos vendo fenômenos visuais. Mas quem está vendo? Nós podemos olhar diretamente para a mente e perceber que não há ninguém olhando; não há observador, e mesmo assim nós estamos vendo fenômenos. O mesmo é verdadeiro para a consciência mental. Nós pensamos vários pensamentos, mas onde este pensamento está acontecendo? Quem ou o que está pensando? Contudo, quando nós olhamos diretamente para a mente, nós descobrimos que não há ninguém ali; não há pensador, ainda assim o pensamento continua. Essa abordagem de olhar diretamente em um estado de meditação não é uma forma de se racionalizar, mas de diretamente olhar para a mente e ver o que está lá.

Fonte: Shentong e Rangtong

...

Se procurarmos por um observador, nós não encontraremos um. Nós pensamos, mas se nós observamos o pensador, tentando encontrar aquilo que pensa, nós não o encontraremos. Mas, ao mesmo tempo, nós vemos e pensamos. A realidade é que o observar ocorre sem um observador e o pensar sem um pensador. É assim que é; essa é a natureza da mente. O Sutra do Coração sintetiza isso ao dizer que "forma é vazio," porque o que quer que seja que observamos é, por natureza, vazio de verdadeira existência. Ao mesmo tempo, vazio também é forma, porque a forma ocorre apenas como vazio. Vazio não é outro senão forma e forma é não outro se não o vazio. Isso parece se aplicar apenas a outras coisas, mas quando aplicadas à mente, o observador, o indivíduo também só pode perceber que o observador é vazio e o vazio também é o observador. Mente não é outro se não o vazio; o vazio não é outro, se não mente. Isto não é só um conceito; é o nosso estado básico.

A realidade da nossa mente pode parecer bem profunda e difícil de entender, mas também pode ser algo muito simples e fácil porque esta mente não está em outro lugar. Não é a mente de outra pessoa. É a sua própria mente. Está bem aqui; portanto, é algo que você pode conhecer. Quando você olhar dentro dela, você pode ver que ela não é apenas vazia, ela também sabe; é consciente. Todas as escrituras budistas, os seus comentários e as músicas de realização por grandes siddhas expressam isto como a "unidade indivisível do vazio e conhecimento," ou "observador vazio e indivisível" ou "unidade de cognição vazia". Não importa como ele seja descrito, isto é como a natureza básica realmente é. Não é uma fabricação nossa. Não é o resultado da prática. É simplesmente a forma como sempre foi.

Fonte: Crystal Clear

Livros Mahamudra relacionados (recomendado encontrar um professor Mahamudra realizado também):

1) Clarificando o Estado Natural por DakpoTashi Namgyal

2) Claro como Cristal por Thrangu Rinpoche (comentários sobre o livro acima)

3) Apontando para o Dharmakaya por Thrangu Rinpoche

4) Oceano de Significado Último por Thrangu Rinpoche

5) O Essêncial de Mahamudra por Thrangu Rinpoche

6) Raios de Lua de Mahamudra por DakpoTashi Namgyal

7) Selo Real de Mahamudra Volume 1

8) [http://www.mahamudracenter.org/MMCMemberMeditationGuide.htm]

Artigos Relacionados (leitura recomendada):

1) [http://www.awakeningtoreality.com/2020/04/different-degress-of-no-self-non.html]

2) [http://www.awakeningtoreality.com/2019/01/no-awareness-does-not-mean-non.html]

3) [https://www.liberationunleashed.com/resources/articles/what-is-awareness/]

4) [https://kiloby.com/the-case-against-awareness-a-little-blasphemy-goes-a-long-way/]

5) [http://www.awakeningtoreality.com/2018/12/fully-experience-all-is-mind-by.html]

6) [http://www.awakeningtoreality.com/2011/10/anatta-not-self-or-no-self_1.html]

7) [http://www.awakeningtoreality.com/2011/08/substantial-and-insubstantial-non_6.html]

8) [http://www.awakeningtoreality.com/2018/11/no-mind-and-anatta-focusing-on-insight.html]

9) [https://awakeningtoreality.blogspot.com/2020/10/suggestions-for-anatta-contemplation.html]

10) [http://www.awakeningtoreality.com/2021/06/anatta-and-post-anatta-mmk-etc.html]

11) [http://www.awakeningtoreality.com/search/label/Pam%20Tan]

12) [http://www.awakeningtoreality.com/2019/10/two-stanzas-of-anatta-and-metaphors-and.html]

13) [http://www.awakeningtoreality.com/2019/02/angelo-gerangelos-writings-on-anatta.html]

14) [http://www.awakeningtoreality.com/2020/08/insight-buddhism-reconsideration-of.html]

15) [http://www.awakeningtoreality.com/2019/02/the-transient-universe-has-heart.html]

16) [http://www.awakeningtoreality.com/2019/03/the-magical-fairytale-like-wonderland.html](

17) http://www.awakeningtoreality.com/2009/04/casual-comment-about-dependent.html

18) [http://www.awakeningtoreality.com/2009/04/emptiness-as-viewless-view.html]

19) [http://www.awakeningtoreality.com/2014/06/how-experiential-realization-helps-in_22.html]

20) http://www.awakeningtoreality.com/2009/02/madhyamika-buddhism-vis-vis-hindu.html

21) Enxergar que liberta por Rob Burbea ([http://www.awakeningtoreality.com/2020/08/a-summary-of-seeing-that-frees-by-rob.html]

22) [http://www.awakeningtoreality.com/2021/11/spreading-good-word-on-reddit-no-mind.html]

(Comentários por Soh:

Adicionalmente, leia[http://www.awakeningtoreality.com/2012/03/a-sun-that-never-sets.html] , [http://www.awakeningtoreality.com/2014/10/advise-from-kyle_10.html] , [http://awakeningtoreality.blogspot.com.au/2012/09/great-resource-of-buddha-teachings.html] , [https://app.box.com/s/nxby5606lbaei9oudiz6xsyrdasacqph]

Mais Referências/indicadores estão disponíveis na seção de artigos relacionados do Estágio 5.

Last updated